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As ações da Eletrobras (ELET3) acumulam perdas de 26% em 2023 e de 30% nos últimos seis meses, reforçando a tendência de queda no curto e no médio prazo. Nas últimas semanas, esse movimento se manteve e, apenas em março, as ações caem mais de 10%.
Para analistas técnicos, essas perdas acumuladas podem, inclusive, inverter até mesmo a tendência de longo prazo, que ainda é de alta, para queda. Essa pode ser uma notícia ruim para investidores que destinaram parte do seu FGTS para aplicar na empresa, no processo de capitalização da empresa no ano passado.
Desde o final do ano passado, porém, já é possível migrar esses investimentos para fundos que compram qualquer tipo de ação. Especialmente neste momento, porém, o que derruba o preço das ações são insinuações políticas de reestatização, mesmo que isso seja avaliado como pouco provável.
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Nesta terça-feira (21), as ações da Eletrobras (ELET3) recuaram 3,48%, cotadas a R$ 30,83.
Assim, quais são as perspectivas, do ponto de vista da análise técnica, para as ações da Eletrobras? Confira o que dizem os especialistas.
Análise técnica Eletrobras (ELET3)
Segundo a analista da Clear, Pam Semezzato, a tendência terciária, de curtíssimo prazo, continua sendo de baixa e a confirmação de um novo movimento de queda acontece com o rompimento do último fundo, em R$ 31,20.
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“A característica do papel é de corrigir em movimentos laterais amplos, o que pode ser um sinal para ficarmos atentos à falha de rompimento do fundo dos R$ 31,20. Mas para reversão da tendência de baixa, ainda precisamos esperar um movimento de alta, de preferência com candles em bom deslocamento e rompimento do topo anterior, em R$ 34,65“, assinala Pam.
Gráfico diário ELET3 – agosto/22 a março/23
Reação compradora?
Para Pam, com a forte queda das ações nas últimas semanas, o papel se aproxima do fundo anterior, em R$ 29,80, o que pode gerar “alguma reação compradora nessa região”.
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“Além de já estar um pouco esticada na queda, após recuar por seis semanas consecutivas, na semana passada a ação mostrou uma tentativa de reação compradora, testando operar acima do candle anterior”, pontua Pam.
Na avaliação de Rodrigo Paz, analista técnico da PagBank, no curto prazo, a tendência segue de baixa dos papéis, com médias para baixo, por conta da formação de topos e fundos descendentes.
Conforme Paz, as ações tocaram em uma região de fundo recentemente, de R$ 31,17, e, se romperem esta faixa, tendem a buscar suporte nos R$ 28,67, “região onde poderá haver repique neste curto prazo”.
“Para eventual recuperação compradora será necessário romper faixa de médias nos R$ 32,70 e R$ 33,32, para então retomar algum fluxo comprador, objetivando a faixa de resistência nos R$ 43,00“, pontua.
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ELET3: Médio prazo
No médio prazo, o analista do PagBank reforça que ELET3 negocia em baixa, com médias cruzadas e inclinadas para baixo [veja gráfico abaixo].
“Diante desse cenário, seguiremos atentos a faixa de suporte nos R$ 28,67, região que, se perdida, poderá acentuar movimento vendedor, e com potencial para buscar faixa dos R$ 24,21.”
“Importante ressaltar que o IFR (Índice de Força Relativa), indica sobrevenda, o que pode impulsionar alguma reação nas compras de curto prazo na proximidade da faixa de suporte”, completa Paz.
Gráfico semanal ELET3 – 2021 a 2023
O analista chefe da Wisir Research, Gustavo Massotti, também reforça que a ação trabalha a preços de janeiro de 2022, com os ativos em tendência de queda no curto e no médio prazos.
“A perda da mínima anual (R$ 31,20) deixa caminho aberto para um teste das regiões dos R$ 28,00 e R$ 23,50“, diz.
Na ponta contrária, acrescenta, um repique de alta se daria com fechamentos acima dos R$ 32,50, que projetariam os R$ 34,70 e os R$ 37,30.
- Confira os principais padrões de reversão de tendência na análise técnica
Gráfico diário ELET3 – do topo histórico até agora
Matheus Lima, analista técnico da Top Gain, destaca que, desde a máxima histórica da ação, em novembro de 2022, em R$ 52,49, o papel perdeu seu suporte na região dos R$ 40,00.
Desde então, houve um aprofundamento das perdas, apenas com uma leve correção em fevereiro de 2023, próximo aos R$ 36,00, mas que não durou muito e o preço logo seguiu a tendência de baixa – “até o fundo mais próximo formado semana passada a R$ 31,20“.
“Não seria a primeira vez que o papel encontraria defesa compradora na região de preço atual. Tivemos em janeiro de 2022 a aceleração que levou a atingir a máxima histórica. Essa força compradora, que acarretou a renovação do topo, começou com a recusa da perda de um suporte próximo aos R$ 30,00“, diz Lima.
Conforme ele, os candles dos dias 13 a 15 de março mostram que, a região próxima aos R$ 30,00 pode ser respeitada como suporte, caso isso aconteça, cria-se espaço para testar novamente a resistência no R$ 36,00.
“Mesmo assim, a linha de tendência de baixa, formada no rompimento do suporte nos R$ 40,00 se mantém forte”, acrescentou Lima.
Eletrobras: longo prazo
Para Paz, após atingir o topo histórico (R$ 52,49), o papel iniciou um movimento de correção, onde rompeu a região de médias para baixo, estando próximo de região de suporte nos R$ 28,67.
Segundo ele, caso rompa a faixa dos R$ 28,67 poderá se acentuar movimento baixista, com potencial para buscar os R$ 24,20 e R$ 17,14 (média de 200 períodos).
“Com isso buscaria reversão na tendência de longo prazo”, destaca Paz.
Gráfico das ações da Eletrobras de 2006 até 2023
Na avaliação de Pam, no longo prazo, a tendência primaria é de alta, sendo o suporte mais relevante o fundo de 2020, na região de R$ 20,00.
“Depois da pandemia, a ação tentou romper os últimos topos e falhou, indicando que está perdendo força na tendência, mas ainda, sem sinais de reversão para o longo prazo”, analisa ela.
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