Elétricas e BB disparam mais de 6%; Estácio afunda 10% e small cap dispara 150%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu em modo cautela nesta semana, antes das manifestações contra o governo marcadas para domingo (13). Essa sessão marcou a sexta vez seguida que o índice testou o patamar dos 50.000 pontos, mas não teve forças para ultrapassá-lo. Nesta sexta-feira, o benchmark encerrou praticamente estável, a 49.638 pontos, acumulando na semana alta de 1,13%.

As ações da Petrobras, bancos e siderúrgicas contribuíram para o sentimento positivo, embora abalado pela forte queda das ações da Vale depois de rali nos primeiros dias do mês. As ações do setor de papel e celulose – duramente afetadas pelo câmbio – também caíram forte nesta semana. 

Nesta sessão, os destaques ficaram com as ações defensivas das elétricas, com Copel (+8,92%) e Cemig (7,69%) liderando os ganhos do Ibovespa, seguidas pelos papéis da Banco do Brasil, que acumulam alta de quase 70% no mês, se distanciando dos bancos privados Itaú Unibanco (+28%), Bradesco (+26%) e Santander (+12%). 

Continua depois da publicidade

Nesta sexta-feira (11) depois da disparada da semana passada (+18%) e opera nesta sessão com oscilação modesta. Os papéis dos bancos e elétricas dão conta das maiores altas do índice, enquanto Estácio afunda após balanço ruim do 4° trimestre.

Do outro lado, as ações da Estácio afundaram 9% após balanço, seguidas pela Oi que caiu 8% em meio à alerta de ‘default’ e Cielo, que desabou, que desabou após o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sugerir a instauração de 3 inquéritos administrativos para averiguar indícios de práticas anticompetitivas no setor de credenciamento. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira:

Continua depois da publicidade

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,85, +6,28%)
Dando continuidade ao “rali da Lava Jato”, as ações do Banco do Brasil – que figura como a terceira maior alta (+72%) do Ibovespa no mês – dispararam novamente e renovaram a máxima desde julho de 2015. Na máxima do dia, os papéis subiram 8,33%, a R$ 23,29. Os demais bancos seguiram o movimento positivo, mas com altas mais amenas, sendo eles, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,33, +0,84%) e Bradesco (BBDC4, R$ 26,77, +3,56%). Por outro lado, Santander (SANB11, R$ 16,60, -1,19%) se descolou do setor e caiu nesta sessão, após ter batido no começo do mês sua máxima histórica na Bolsa.  

Petrobras (PETR3, R$ 10,09, +2,85%; PETR4, R$ 8,09, +1,76%)
As ações da Petrobras viveram mais um pregão de turbulência na Bolsa, indo de queda de 4% para alta de 2%, no caso das preferenciais. Além do cenário político, a alta da ação acompanha os preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, o contrato Brent registrava alta de 0,92%, a US$ 40,42 o barril.  

Vale (VALE3, R$ 13,87, -0,93%; VALE5, R$ 10,15, +0,20%)
As ações da Vale chegaram a subir 5% nesta manhã, tentando se afastar dos três pregões seguidos de perdas, mas não conseguiram sustentar o movimento, fechando o pregão entre ganhos e perdas. O movimento acompanhou a queda do minério de ferro, que recuou 1,4% nesta sessão no porto de Qingdao, na China, indo para US$ 57,09 a tonelada. Por sua vez, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 5,17, +4,02%), holding que detém participação na mineradora, se descolaram da Vale e subiram nesta sessão. 

Continua depois da publicidade

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas corrigiram fortes altas dos últimos dias nesta sessão. Entre elas, chamou atenção os papéis da Usiminas (USIM5, R$ 2,02, -4,27%) que viraram para forte queda nesta tarde, depois de terem subido 123% em 6 pregões. Na mínima do dia, eles chegaram a cair 20,38%.

O movimento foi intensificado pelo comunicado da companhia de que não há qualquer decisão tomada sobre um eventual aumento de capital ou da implementação de qualquer outra alternativa para a injeção de recursos na companhia. O mercado especulava que a companhia pudesse fazer um aumento de capital de até R$ 1 bilhão, com decisão marcada para hoje, em reunião do conselho de administração e acionistas. 

As demais siderúrgicas seguiram o movimento negativo, com as ações da CSN (CSNA3, R$ 7,06, 3,68%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,13, -4,47%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,06, -4,19%).  

Continua depois da publicidade

Cielo (CIEL3, R$ 33,77, -5,33%)
As ações da Cielo desabaram após nota técnica pulicada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ontem sugere a instauração de 3 inquéritos administrativos para averiguar indícios de práticas anticompetitivas no setor de credenciamento. Os pontos levantados pelo órgão são: exclusividade na captura de bandeiras; recusa na leitura da agenda de recebíveis de credenciadoras menores; e discriminação no uso dos equipamentos de captura multiadquirência (Pinpads), mantendo a posição dominante de Cielo e Rede no mercado de credenciamento, em benefício próprio e dos bancos que as controlam – Bradesco, Banco do Brasil e Itaú Unibanco.

Segundo o BTG Pactual, embora seja ruim para o papel, deve-se ter em mente que esse passo do Cade é ainda razoavelmente preliminar, dado que depois do inquérito de administração vem o processo administrativo e, somente depois, é julgado pelo tribunal do Cade. Os analistas mencionam, no entanto, que notícias nesse sentido podem manter as ações do banco pressionadas por mais tempo, mas eles seguem recomendando compra no papel. Para eles, se o 1° trimestre for melhor que o 4° trimestre e a comunicação da empresa melhorar, a ação pode se recuperar mais a frente. 

Em resposta ao InfoMoney, a Cielo disse que cumpre todas as disposições legais e está à disposição dos órgãos reguladores para quaisquer esclarecimentos com a finalidade de demonstrar que não adota práticas anticoncorrenciais. 

Continua depois da publicidade

Gol (GOLL4, R$ 3,30, -3,79%)
As ações da Gol dispararam 11% nos minutos iniciais de pregão em meio à notícia de que a Delta poderá fazer um aumento de capital na empresa, mas zerou ganhos após a Gol e Delta negarem a informação. Segundo blog do Geraldo Samor, da Veja, a Delta poderia fazer um aumento de capital na Gol ao preço de R$ 4,80 a R$ 5,00 por ação. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 21,29, -6,38%)  
As ações da Lojas Americanas acentuaram as perdas nesta tarde após balanço do 4° trimestre. A companhia 
encerrou o trimestre com lucro líquido de R$ 204,2 milhões, queda de 31,1% frente o mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa somou R$ 1,016 bilhão, avanço de 14,4% na mesma base de comparação.

B2W (BTOW3, R$ 14,05, +1,22%)  
A B2W teve prejuízo líquido atribuído aos sócios controladores de R$ 17,2 milhões no quarto trimestre de 2015, revertendo lucro líquido de R$ 20,9 milhões em igual período de 2014. No ano de 2015 como um todo, o prejuízo foi de R$ 274,6 milhões, 68,2% superior ao prejuízo de R$ 163,3 milhões de 2014. 

Estácio (ESTC3, R$ 13,79, -9,57%)
As ações da Estácio afundaram após resultado fraco resultado no 4° trimestre. Na mínima do dia, os papéis atingiram queda de 10,23%, a R$ 13,69. Analistas alertaram para lucro abaixo do esperado, margens pressionadas e aumento de provisão para devedores duvidosos entre os motivos de preocupação com o balanço.

No período, a companhia mostrou lucro líquido de R$ 65,1 milhões, queda de 19,5% na comparação anual e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 116,2 milhões, contração de 12,7% na mesma base de comparação.

Segundo o BTG Pactual, a desalavancagem operacional do negócio começou a impactar os resultados, puxado por um ciclo de captação mais fraco no meio do ano (pior diluição de custos de professores). A provisão com devedores duvidosos também piorou, subindo 140 pontos base na comparação anual, não compensada por uma boa diluição de despesas de pessoal, disseram os analistas. Para o banco, 2016 deve ser um ano bastante desafiador, com pressão de margem considerando cenário de crescimento mais fraco. Após rali recente dos papéis (+26% nos últimos 30 dias), o BTG vê potencial de alta limitado na ação. 

Além do resultado, a companhia anunciou em fato relevante a aquisição das Faculdades Unidas Feira de Santana, a Unisantana, por R$ 9,5 milhões. A Unisantana possui 1,5 mil alunos e 2,760 mil vagas totais autorizadas, informou a Estácio. A aquisição foi feita por meio da controlada da Estácio, a Sociedade Educacional Atual da Amazônia, que passa a deter a totalidade das cotas da mantenedora da Unisantana, a Sociedade Empresarial de Estudos Superiores e Tecnológicos Sant’ana Ltda. O valor da aquisição será pago em diferentes etapas. Do total, R$ 4,950 milhões são pagos à vista. Outros R$ 700 mil serão pagos em 90 dias e haverá ainda parcelas de R$ 1 milhão em 48 meses e R$ 2 milhões em 60 meses. A Estácio assume ainda R$ 850 mil em dívidas da Unisantana.

Lupatech (LUPA3, R$ 2,70, +147,71%)
A ação da Lupatech disparou nesta sexta-feira após fato relevante divulgado nesta manhã informando que o diretor presidente e diretor de relações com investidores, Ricardo Doebeli, e o seu consultor, Rafael Gorenstein, confirmaram a aquisição, individualmente, de créditos contra a companhia e de algumas de suas subsidiárias, nos valores respectivos de R$ 15.653.955,97 e R$ 12.807.782,16.

Na máxima do dia, os papéis atingiram alta de 166,06%, a R$ 2,90. O volume financeiro movimentado com a ação também chamou atenção, alcançando R$ 931,5 mil, contra média diária de R$ 20,6 mil dos últimos 21 pregões. De acordo com o comunicado, os dois também comunicaram a escolha de recebimento dos créditos adquiridos por meio da sua conversão em capital da companhia.

Direcional (DIRR3, R$ 5,65, +6,60%)
As ações da Direcional disparam após o Santander ter elevado a recomendação do papel de neutra para compra,  com o preço-alvo passando de R$ 3,70 para R$ 7,40. O banco diz que vê potenciais triggers para sustentar o ‘momentum’ da ação, citando: geração de caixa do curto prazo vindo da normalização dos pagamentos da fase 1 do programa Minha Casa, Minha Vida e aceleração dos lançamentos da fase 2 e 3 do programa. Para eles, a ação subiu 50% no ano, mas ainda negocia a múltiplos ‘baratos’ enquanto deve entregar um ‘dividend yield’ (dividendos/preço da ação) de 12%. 

Embraer (EMBR3, R$ 22,50, +2,46%)
As ações da Embraer ‘respiraram’ nesta sessão, após caírem 27% em 8 pregões, renovando ontem sua mínima desde agosto de 2015. O movimento ocorre após o conselho de administração da Embraer aprovar a recompra de até 3 milhões de ações ON da companhia em circulação no mercado, correspondentes a 0,4% do total. A companhia também anunciou o pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 0,04 por ação, valor que está sujeito à retenção de 15% referente a Imposto de Renda na fonte. Terão direito ao JCP os acionistas titulares de ações da Embraer em 21 de março. A partir do dia 22, os papéis passam a ser negociados ex-juros.

Oi (OIBR4, R$ 1,22, -8,96%)
A Oi registrou queda em meio à crise que a companhia enfrenta para honrar seus compromissos financeiros. Ontem, a Standard & Poor’s cortou o rating da companhia de “B+” para “CCC” na escala global, com perspectiva negativa, em meio à possível recompra de dívida sob condições desfavoráveis nos próximos 12 meses. A revisão veio após a companhia anunciar que contratou a PJT Partners como assessor financeiro para lhe ajudar a avaliar alternativas financeiras e estratégicas para otimizar sua liquidez e seu perfil de dívida.

Para a agência de classificação de risco, esse comunicado da empresa sugere que ela vai buscar redução de seu endividamento por meio de uma recompra de dívida com algum nível de desconto abaixo do par, dados o seu alto endividamento e os baixos preços de mercado de seus bonds. Isso porque, se a recompra de dívida não ocorrer nos próximos 12 meses, a S&P vê grandes chances para um default da companhia em algum momento em 2017 porque a Oi apresentaria fluxo de caixa negativo em 2016 e 2017 em face de um cronograma de pagamento de dívida rigoroso. Em 30 de setembro de 2015, o caixa da empresa totalizava R$ 16,4 bilhões.

Braskem (BRKM5, R$ 24,06, -1,19%)
Segundo informações da Folha de S. Paulo, com uma dívida em atraso de cerca de R$ 10 bilhões que ameaça levar uma de suas empresas a pedir recuperação judicial, a Odebrecht está sendo pressionada a usar a petroquímica Braskem, sua joia da coroa, na renegociação com os bancos credores. Para renegociar a dívida da Agroindustrial e estender o prazo para pagamento, os credores querem que a Odebrecht dê em garantia ações da Braskem, segundo apurou a Folha.

Especiais InfoMoney:

Como o “trader da Gerdau” ganhou meio milhão de reais na Bovespa em 2 meses 

As novidades na Carteira InfoMoney para março

André Moraes diz o que gostaria de ter aprendido logo que começou na Bolsa