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SÃO PAULO – A derrocada do grupo EBX, de Eike Batista, é destaque mais uma vez na imprensa internacional. Uma matéria da agência de notícia Reuters, que seguiu em destaque por toda a tarde desta sexta-feira (30) no portal de notícias norte-americano CNBC, destaca a forte queda do império de Eike, em uma notícia chamada “Como um bilionário brasileiro perdeu US$ 25 bilhões em 18 meses”.
A matéria se inicia com a fala do executivo Paulo Mendonça, há quinze meses atrás, quando ainda era presidente da OGX Petróleo (OGXP3). Mendonça destacava a confiança de que a companhia seria a maior produtora de petróleo independente. Naquela época, ainda havia alguns percalços pela frente, mas nada fora do normal frente às preocupações setoriais. Houve alguns soluços, mas eles foram corrigidos.
Mas, quase no fim da entrevista de cerca de uma hora, Mendonça soltou uma bomba: Tubarão Azul, segundo ele, estava produzindo 17 mil barris de óleo e gás natural por dia e um aumento da produção para 40 mil a 50 mil barris poderia durar mais tempo do que o esperado. Esta admissão foi um dos primeiros fatores para o colapso da empresa, destaca a reportagem.
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“Desde então, as coisas ficaram ainda piores para Eike Batista”, ressalta, destacando que as empresas do grupo sofrem com dívidas, uma série de atrasos nos projetos e crise de confiança. A notícia destaca ainda que o bilionário brasileiro, que rejeitava as críticas de como ele vendeu as promessas de descobertas de petróleo da OGX, também foi o maior investidor do grupo EBX e injetou bilhões de reais em empresas do grupo. Isso mesmo quando as suas ações despencaram mais de 90%.
A reportagem diz que tão forte quanto a sua ascensão, esteve a sua queda, que “chocou o mundo”. Sua própria fortuna – sétima maior do mundo no ano passado, segundo a Forbes, diminuiu em mais de US$ 25 bilhões nos últimos 18 meses.
“O fracasso da OGX – e o desenrolar posterior da EBX – reflete o sucesso inicial de Batista em inflar as expectativas dos investidores em descobertas de petróleo, que provou ser mais difícil recuperar do que o esperado”.
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E pondera: seu império foi vítima de um final repentino, tanto por causa do fim do boom global de commodities e da exuberância selvagem para os mercados emergentes – duas forças que atraíram os investidores para a visão de Batista.
Agora, em meio à queda de confiança, a grande preocupação do mercado é na capacidade de operar as empresas. Com isso, aponta, com a queda de Eike, o governo brasileiro, que apostou no empresário para a criação de “campeões nacionais” também revela o momento mais difícil que o Brasil está passando. Após um período de euforia em meio ao “boom” de commodities e de ser apontada como um dos motores do crescimento mundial, a economia nacional é vista com mais ceticismo, em meio ao desaquecimento e a falta de investimento em infraestrutura do País.