Educacionais no Ibovespa: por que estão entre as quedas de 2024?

As companhias educacionais têm sido afetadas, em 2024, por balanços abaixo do esperado; tendência deve ser positiva para próximo tri

Camille Bocanegra

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Este ano vem sendo considerado por alguns analistas como de potencial virada para o setor educacional. Ainda assim, para algumas das principais companhias do setor, como Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), o ano ainda não se mostrou favorável. Afinal, o que está acontecendo com as educacionais?

A Cogna, dona de marcas como Kroton e Saber, amarga queda de 44,41% no acumulado do ano. Mas suas concorrentes não ficam atrás, com desvalorização de 40,49% nos papéis da Yduqs e perda de 37,78% na Ser Educacional (SEER3). Mesmo quem está entre as altas do mês de maio, caso da Anima (ANIM3) com avanço de 16,55%, ainda sofre com desvalorização em 2024 (-11,65%).

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Por que YDUQ3 caiu?

A segunda colocada no ranking de maiores quedas do setor apresenta queda ligada, principalmente, aos resultados apresentados no 1T24 e no 4T23. O balanço do último período do ano passado trouxe despesas não recorrentes, muito além do esperado por analistas.

Já o primeiro período deste ano teve resultado com números vistos como neutros ou ligeiramente negativos por analistas. A razão da frustração foi principalmente a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) mais pressionada, além da menor admissão no Ensino a Distância (EaD).

Na divulgação do resultado do 4T23, a companhia sofreu com queda de mais de 10%. A desvalorização causada pela apresentação do balanço do 1T24 não foi diferente, com perda de 11,85% no primeiro pregão seguinte.

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Apesar disso, as tendências positivas antecipadas por analistas nos relatórios sobre os números do primeiro trimestre parecem se confirmar. A educacional teve alta de 10,2% no pregão da terça-feira da semana passada (21), com a apresentação de projeções que animaram o mercado.

Qual a situação da Cogna?

A Cogna, por sua vez, apresentou resultados considerados mistos no 1T24 por alguns analistas. Mesmo assim, as ações caíram 5,65% no dia seguinte à divulgação do balanço, indicando que a reação do mercado foi menos animada do que a esperada.

No trimestre anterior, a companhia apresentou prejuízo acima do esperado com efeito tributário, mas também trouxe dados mais fracos da Kroton, frente de educação universitária. Os papéis da educacional recuaram quase 12% na ocasião.

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O que esperar da ANIM3?

As ações da Ânima subiram 6,26%, a R$ 3,37 na sessão seguinte à divulgação dos resultados do primeiro trimestre. Os dados foram considerados distantes das tendências apresentadas pelas demais educacionais pelo Itaú BBA.

A análise considerou que, mesmo com diminuição significativa no volume de ingressos para o primeiro semestre de 2024, a companhia implementou “medidas impressionantes” para expansão de margens. O resultado superou os números projetados pelo banco.

De acordo com relatório do Morgan Stanley sobre o balanço do 1T24, ainda é necessário observar com cautela o crescimento da companhia. A análise ressalta que as receitas das principais unidades de negócio não cresceram nos últimos dois anos.

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A empresa apresentou, sim, ganho de margem, mas não a partir de alavancagem operacional, mas pelo corte de custos, conforme explica o banco estrangeiro.