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SÃO PAULO – Na noite da véspera, o Copom (Comitê de Política Monetária) promoveu nova elevação de 50 pontos-base na Selic, para 9% ao ano, em decisão unânime e que não surpreendeu, uma vez que o mercado esperava por unanimidade.
Como esta decisão não surpreendeu, boa parte esperava o teor do comunicado do Banco Central, para indicar próximos ajustes no Banco Central. Mas o que o comunicado trouxe de novidades para o mercado? Segundo economistas, apesar do comunicado ser praticamente o mesmo da reunião passada, o fato de manter as mesmas sinalizações indica que haverá novos ajustes para cima.
Expectativa de ajustes variam entre 9,75% para 10% ao ano
Conforme destaca a LCA Consultores, o comunicado da decisão trouxe redação idêntica ao do comunicado da reunião anterior, reiterando que o Banco Central está dando “prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros” e que essa “decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.
Com isso, ao ter desfecho em linha com a expectativa, a reunião não justifica alterações na projeção. Desta forma, eles acreditam que o ritmo da elevação da Selic deve se manter, com a taxa básica de juros sendo elevada para 10% ao ano, através de dois aumentos adicionais de 50 pontos-base, a serem feitos nas reuniões do Copom de 9 de outubro e 27 de novembro.
A LCA leva em conta que o repasse da recente desvalorização cambial para os preços dos bens ao consumidor será apenas moderado, com o impacto da depreciação sendo mitigado pela redução nas alíquotas de imposto de importação de diversos insumos e produtos industriais.
A projeção também leva em conta que as cotações internacionais das commodities permaneçam bem comportadas; contudo, esta hipótese vem sendo desafiada pelas oscilações recentes nos preços de petróleo em meio à crise síria e de diversos grãos. Os economistas também apontam que os preços domésticos de combustíveis terão ajustes moderados ainda neste trimestre, enquanto a atividade doméstica continue crescendo a ritmo moderado, liderada pela retomada dos investimentos privados.
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Enquanto isso, a Rosenberg Consultores Associados também acredita que o ritmo de elevação em 50 pontos-base deve se manter pelo menos até a próxima reunião. Desta forma, eles seguem que, até a divulgação da ata, na próxima quinta-feira, mantendo a expectativa de pelo menos mais uma alta de 0,5 ponto percentual e uma adicional de 0,25 p.p, encerrando o ciclo de aperto monetário.
“As próprias projeções pessimistas do BC pessimistas do Banco Central para a inflação até 2015 motivam essa expectativa”, destacam os economistas da Rosenberg. Desta forma, as atenções devem se voltar para a minuta do BC, que poderá dar pistas adicionais sobre a duração do ciclo.