Economia dos EUA sinaliza reaceleração, aponta Opportunity; “confiança em Trump”

Vinicius Ferreira, gestor de ações globais da gestora diz que impressiona a escala que atingiram as big techs

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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A economia dos Estados Unidos teve seu momento de superaquecimento, com a necessidade de controlar a inflação. Com a adoção de uma taxa de juros mais elevada, houve uma desaceleração gradual na economia.

Segundo análise de Vinicius Ferreira, gestor de ações globais do Opportunity, começou-se a se discutir no mercado “até que ponto esse ciclo estava chegando ao fim na medida em que se tem uma desaceleração econômica”. Mas o cenário mudou com a entrada do governo Donald Trump.

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Ferreira participou do episódio 151 do Outliers, no Canal XP, que tem apresentação de Clara Sodré, analista de fundos da casa. O programa contou também com a participação de João Manoel Pinho de Mello, sócio-diretor e chefe de análise do Opportunity, e Frederico Catalan, da área de renda fixa e juros ativos da gestora.

Pró-crescimento

“A gente vê uma administração que assumiu com políticas pró-crescimento, de desregulamentação que acaba tendo impacto relevante em confiança”, ressalta Ferreira.

“Então, a gente vinha nessa dinâmica de desaceleração, como pode ser visto no mercado de real state, housing e de venda de automóveis. Mas na margem, a gente tem visto uma reaceleração muito por essa visão de confiança, a partir do momento em que as pessoas veem uma ocasião melhor de desregulamentação, uma política pró-business”, explica.

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“É importante entender se o mercado já está precificando ou não uma reaceleração”, destaca.

Ainda sobre o mercado americano, o gestor de ações global do Oppontunity diz que a escala que as big techs atingiram chama muito a atenção. “Números nos trilhões. Coisa que a gente não tinha visto em outra era. Isso é muito resultado do modelo de negócios dessas empresas”, afirma.

Escala global

“São empresas que tem efeito de rede e custo de distribuição marginal muito baixo e que pela primeira vez a gente consegue ver atingir escala global com bilhões de usuários”, acrescenta.

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Ele cita o caso da Meta, com 3 bilhões de usuários e a dominância de mercado que tem a Apple (AAPL34) e o Google (GOGL34).

“Isso só é possível pela evolução tecnológica ao longo do tempo e que não existia em outra era, que para crescer tinha que ter uma quantidade de capital muito grande e se escalava de maneira lenta”, expõe.

Ferreira exemplifica a Coca-Cola (COCA34), que é uma empresa dominante em seu mercado, mas que foi possível que outras empresas enxergassem uma oportunidade naquela categoria e criasse uma marca local.

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“A regra do jogo mudou. Por isso a gente vê esse nível de concentração do índice (S&P 500)”, diz. “Enquanto a maior parte das empresas tem mostrado um crescimento anêmico nos últimos dois anos, essas empresas (big techs) estão entregando crescimento de lucro”, complementa.