Dono da Havan, Luciano Hang nega pressionar funcionários a votar em Bolsonaro e se explica

Em conversa com o InfoMoney, Hang diz que vídeo apenas reforça a transparência que a empresa tem com seus colaboradores. 

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Dono da rede de lojas de departamento Havan e forte apoiador do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), Luciano Hang gravou um vídeo que circulou pelo canal interno de comunicação da companhia para falar com seus funcionários sobe as eleições presidenciais deste ano.

No vídeo, Hang diz que se algum candidato “de esquerda” vencer a eleição, ele vai repensar o plano de crescimento da empresa e talvez terá que fechar algumas lojas.

“Se não abrir mais lojas e se nós voltarmos para trás, você está preparado para sair da Havan? Você, que sonha em ser líder, gerente, crescer com a Havan, já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro?”, diz ele na gravação divulgada para os funcionários e que foi compartilhada nas redes sociais nesta segunda-feira (1).

O empresário ainda comenta que “pesquisas internas” mostram que 30% de seus colaboradores pretendem votar em branco ou nulo nesta eleição e que esse número é preocupante.

“Olha a responsabilidade que nós temos com o país. Depois, não adianta reclamar. Se você não for votar, se você anular seu voto, se você votar em branco, e depois do dia 7 lamentavelmente ganhar a esquerda, e nós virarmos uma Venezuela [sic], vou dizer pra vocês: até eu vou jogar a toalha”, disse.

Procurado pelo InfoMoney, Hang nega que o vídeo se trate de uma tentativa de coagir os colaboradores a votarem no candidato. “Se trata apenas de transparência com meus colaboradores. Converso todos os dias com eles, temos um canal motivacional, e o tema dessa semana foi a eleição. E me preocupa que 30% deles vão votar em branco”, comentou. A pesquisa foi feita internamente de forma anônima segundo o empresário.

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Ele reforça que o vídeo foi uma medida de “transparência” da empresa, já que pretende “engavetar o projeto de crescimento” se algum candidato da esquerda ganhar. “Eu não seria transparente se não fosse claro sobre o futuro da empresa para nossos colaboradores”, comentou. “Posso vir a fechar algumas lojas e talvez, em decorrência da crise econômica que certamente acontecerá, demitir funcionários”.

No caso de uma vitória de Bolsonaro ou de João Amoêdo (NOVO), outro candidato que Hang vê como uma boa alternativa, a expectativa é de que 20 novas lojas sejam abertas o ano que vem e que até 2022 a empresa continue expandindo.

Hang ainda criticou o entendimento que o público teve sobre o vídeo, de que ele estaria pressionando os funcionários a votar no candidato. “Eu falo a verdade, eu odeio o politicamente correto. É sempre dessa forma que eu falo. Eu sou o único proprietário da empresa e nosso sucesso se deve ao fato de não sermos politicamente corretos”, disse.

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Segundo o empresário, o faturamento das lojas Havan neste ano já ultrapassa a casa dos R$ 7 bilhões. Hoje são 120 unidades espalhadas por diversas cidades brasileiras.

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