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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava frente ao real nesta quinta-feira, em linha com movimento visto no exterior, refletindo movimento de ajuste após salto recente da divisa norte-americana em meio à moderação nas apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
Às 10:18 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,09%, a 4,9260 reais na venda.
Na B3, às 10:18 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 4,9345 reais.
“Esta semana os agentes passaram a acreditar um pouco menos na possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos na decisão de março, e um pouco mais na possibilidade de estabilidade, embora seja válido ressaltar que a previsão de corte ainda é majoritária”, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX, citando reação negativa dos mercados a falas mais duras de autoridades do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) nos últimos dias.
Entre esses comentários, os que mais impactaram os negócios foram os do diretor do Fed Christopher Waller, que defendeu que o banco central norte-americano não deve se apressar em cortar sua taxa básica de juros até que esteja claro que a baixa da inflação será sustentada.
O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes atingiu seu maior patamar em cinco semanas em meio à redução do otimismo sobre o afrouxamento da política monetária, deixando várias moedas globais sob pressão.
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No entanto, “há indícios de que esse processo de ajuste de expectativas está perdendo forças, os ajustes de posições já ocorreram, e vamos ver na sessão de hoje se ainda há fôlego para esse ajuste de posições ou se nós vamos ter uma sessão de movimentações contidas”, acrescentou Mattos.
Depois de movimentos acentuados do dólar, é normal que haja ajuste pontual no sentido oposto ou estabilidade da moeda, conforme investidores realizam lucros.
No acumulado da semana, a divisa norte-americana tem alta de cerca de 1,5% frente ao real, com avanço de 1,6% no mês de janeiro até o fechamento da véspera. A maior parte desse movimento foi causada pela pauta externa, uma vez que a perspectiva de um início mais tarde do que o previsto do afrouxamento monetário dos EUA minaria a atratividade comparativa da moeda brasileira.
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Isso porque, quanto menor o diferencial de juros entre Brasil e EUA, menos interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país seguro de taxas baixas e aplicação do dinheiro em um mercado mais arriscado, porém mais rentável.