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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar interrompeu nesta segunda-feira uma sequência de três sessões de ganhos e fechou em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, com investidores à espera da divulgação de dados sensíveis da economia dos EUA no restante da semana.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9821 na venda, em baixa de 0,23%. Em fevereiro, no entanto, a moeda norte-americana acumula alta de 0,88%. Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,35%, a R$ 4,9800.
Após oscilar em baixa ante o real no início da sessão, o dólar à vista chegou a tocar no território positivo, marcando a máxima de R$ 4,9970 (+0,07%) às 10h28. Alguns profissionais citaram remessas ao exterior para justificar o impulso, ainda que momentâneo, nas cotações.
No restante da sessão, no entanto, a influência do exterior voltou a prevalecer: o dólar cedia ante uma cesta de moedas fortes e em relação a boa parte das moedas de exportadores de commodities ou emergentes, com investidores à espera de novos dados sobre a economia norte-americana programados para esta semana.
Entre os números esperados nos EUA estão o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre (segunda revisão), na quarta-feira, e o índice de inflação PCE, na quinta-feira.
“Depois da alta pontual, o dólar voltou a cair com o exterior. Foi o principal fator para as cotações”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
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Na cotação mínima do dia, às 11h37, o dólar marcou R$ 4,9710 (-0,45%).
A mínima do dia coincidiu com a divulgação, durante evento em São Paulo, do novo programa de hedge cambial do governo para investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no Brasil.
A primeira parte do programa estará relacionada aos derivativos cambiais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizará 3,4 bilhões de dólares para operações que forneçam proteção de projetos sustentáveis de prazos mais longos, superiores a dez anos. Caberá ao Banco Central fazer a ponte para que os investidores dos projetos ecológicos no país possam acessar os derivativos cambiais.
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A segunda parte do programa diz respeito à disponibilização de recursos por linhas de crédito específicas, também para investimentos sustentáveis.
Durante a entrevista coletiva sobre o programa, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também esclareceu que o hedge cambial por meio de derivativos no âmbito do programa não busca controlar a volatilidade e não se confunde com as operações regulares com swaps que o BC faz (leilões diários).
No caso das operações regulares, segundo Campos Neto, o BC avalia oferecer contratos de swap com prazos um pouco mais longos, de até 18 meses. Hoje as operações costumam ser de até 12 meses.
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“Quando tivermos coisa mais concreta (sobre swaps de 12 a 18 meses), vamos repassar (ao mercado)”, afirmou Campos Neto.
Na manhã desta segunda-feira, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.
Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,19%, a 103,770.