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Numa sessão volátil, o dólar à vista chegou a sustentar ganhos firmes ante o real na tarde desta terça-feira, com as cotações reagindo a números ainda fortes do mercado de trabalho norte-americano, mas a moeda encerrou a sessão muito praticamente na estabilidade, com investidores à espera da “superquarta”, quando os bancos centrais de Brasil e EUA decidirão sobre juros.
O dólar comercial fechou estável (0%), a R$ 4,945 na compra e na venda. Já o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9462 na venda, em leve baixa de 0,11%. Em janeiro, porém, a moeda norte-americana acumula elevação de 1,95%.
Na B3, às 17:17 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,12%, a R$ 4,9480.
Após avançar 0,83% na véspera, o dólar à vista oscilou no território negativo no início do dia, com investidores à espera de dados econômicos a serem divulgados ao longo da sessão. Na mínima, às 9h32, o dólar à vista foi cotado a R$ 4,9335 (-0,36%).
O principal dado saiu às 12h, quando o Departamento do Trabalho dos EUA informou que as vagas de emprego disponíveis — uma medida da demanda por mão de obra — aumentaram em 101.000, chegando a 9,026 milhões no último dia de dezembro, conforme o relatório Jolts.
Economistas consultados pela Reuters previam 8,75 milhões de vagas de emprego em aberto em dezembro. Os dados de novembro foram revisados para cima, de 8,79 milhões para 8,925 milhões de vagas não preenchidas.
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Os números sugerem, na prática, que o mercado de trabalho norte-americano provavelmente continua forte demais para que o Federal Reserve comece a cortar os juros no primeiro trimestre.
Em reação, o dólar subiu no exterior em relação a uma cesta de moedas fortes, atingindo a cotação máxima para o dia às 12h18. Perto deste horário, às 12h17, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 4,9827 (+0,63%) no Brasil.
Operador ouvido pela Reuters pontuou que o exterior conduziu os negócios: quando o dólar acelerou lá fora, ele também ganhou força no Brasil; quando perdeu fôlego lá fora, também se acomodou ante o real, se reaproximando da estabilidade no fim da sessão.
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Os negócios tanto no Brasil quanto no exterior também foram marcados pela expectativa antes das decisões sobre juros do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na quarta-feira — apelidada de “superquarta”.
A expectativa consolidada no mercado é de que o Fed manterá sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, mas investidores estarão atentos a pistas sobre quando a instituição iniciará o ciclo de cortes — em março ou em maio.
No caso do Copom, a projeção é de novo corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic, hoje em 11,75% ao ano, e de nova indicação de manutenção do ritmo de baixa de meio ponto percentual no próximo encontro.
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Profissionais do mercado têm afirmado que, dependendo da comunicação do Fed, o cenário pode mudar de forma substancial para os ativos globais.
Internamente, a quarta-feira também será de definição da Ptax — a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Nesta terça-feira, conforme alguns profissionais, a disputa pela Ptax já foi percebida durante a manhã, mas isso tende a se intensificar na quarta-feira.
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Às 17:17 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,04%, a 103,420.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de abril.
(com Reuters)