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Dólar encosta em R$ 5,25 com briga por Ptax ofuscando exterior; moeda sobe 1% no mês

Na semana, a divisa dos EUA acumulou elevação de 1,60%

Equipe InfoMoney

Ilustração fotográfica de uma nota de dólar
17/07/2022
REUTERS/Dado Ruvic
Ilustração fotográfica de uma nota de dólar 17/07/2022 REUTERS/Dado Ruvic

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O dólar à vista fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira (31), no retorno feriado de Corpus Christi, em sessão marcada pela briga de formação da Ptax – a taxa que servirá de referência para o mercado – em um ambiente de aversão ao risco e pela ausência de grandes surpresas nos dados sobre inflação PCE dos Estados Unidos divulgados mais cedo.

Na semana, a divisa dos EUA acumulou elevação de 1,60%. Em maio, o avanço acumulado foi de 1,12%.

Nesta sexta, em uma primeira reação aos dados americanos, o dólar passou a cair com mais intensidade ante outras divisas fortes no exterior e ensaiou perdas maiores também ante o real. No entanto, as cotações se reaproximaram da estabilidade passaram a subir no Brasil em meio à disputa para a formação da Ptax de fim de mês.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subiu 0,79%, a R$ 5,249 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta de 0,72%, aos 5.41 pontos por volta das 17h15.

Dólar comercial

Compra: R$ 5,249

Venda: R$ 5,249

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Dólar turismo

Compra: R$ 5,274

Venda: R$ 5,454

Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual importância da moeda

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O que aconteceu com o dólar hoje?

Os negócios desta sexta-feira pós feriado foram marcados pela divulgação dos dados da inflação nos Estados Unidos, mas, principalmente, pelo fechamento da Ptax do mês. A divisa continuou a escalada de alta mesmo após a definição da taxa do BC.

A moeda subiu 0,79% e fechou a R$ 5,249. No acumulado de maio, a valorização é de 1,08%.

Como na quinta-feira o mercado brasileiro permaneceu fechado em função do feriado de Corpus Christi, nesta sexta-feira as cotações já abriram se ajustando às notícias da véspera nos EUA — em especial, à revisão para baixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no primeiro trimestre.

Este dado alimentou as expectativas de que o Federal Reserve poderá cortar juros ainda em 2024, o que pesou sobre o dólar. Às 9h04 desta sexta-feira, pouco depois da abertura, a moeda norte-americana à vista marcou a cotação mínima de 5,1933 reais (-0,33%).

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Os números divulgados logo depois também reforçaram a visão de que o Fed terá espaço para cortar juros. Bastante observado pelo banco central dos EUA, o índice de inflação PCE subiu 0,3% em abril, igualando o dado de março. Na base anual, o indicador avançou 2,7%, mesmo percentual de março. Os resultados tanto para o mês quanto para o ano vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.

Já o núcleo do PCE teve alta de 0,2% em abril, abaixo do 0,3% esperado pelos economistas.

Os números do PCE fizeram o dólar ampliar perdas ante diversas divisas no exterior, mas no Brasil a disputa pela formação da Ptax passou a dar o tom dos negócios.

Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Assim, perto das 10h, das 11h e das 12h — horários em que o BC realiza coletas para cálculo da Ptax — o dólar à vista renovou máximas do dia, em um claro movimento de pressão dos comprados. Às 12h, no pico da sessão, o dólar à vista foi cotado a 5,2592 reais (+0,94%), ainda que no exterior o viés para a moeda norte-americana fosse de baixa.

Para Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, dados vindos da China contribuíram para a pressão exercida pelos comprados na formação da Ptax.

De forma inesperada, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial do setor industrial chinês caiu para 49,5 em maio, ante 50,4 em abril e abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração. Analistas esperava por um PMI de 50,4.

Neste cenário, o minério de ferro para setembro voltou a ceder na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, acumulando queda de 4,7% na semana.

“Os dados da China vieram bem mais fracos que o esperado, o que tem impacto grande em preço de commodities, com muito efeito no Brasil”, comentou Massote. “Hoje (sexta-feira) o real está apanhando mais que o resto porque commodities são muito importantes para a nossa economia. No fim das contas, a Ptax trouxe volatilidade e a China deu a direção ao dólar”, avaliou.

Formada a Ptax no início da tarde (5,2416 reais para venda), o dólar passou a oscilar de forma mais livre no Brasil, mas como a sexta-feira foi de sessão espremida entre o feriado e o fim de semana, a liquidez também diminuiu.

No exterior, o dólar seguia em queda ante boa parte das demais divisas, na esteira do PCE.

(com Reuters)