Dólar salta 1,73% e fecha a R$ 5,15, maior patamar desde março, com forte aversão ao risco com juros nos EUA

Investidores lá fora e aqui seguem buscando proteção em ativos americanos diante da perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos

Equipe InfoMoney

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O dólar fechou em forte alta no mercado local nesta terça-feira (3), na esteira da persistente valorização dos rendimentos dos Treasuries e da moeda norte-americana no exterior, que dão impulso aos retornos títulos europeus e enfraquecem euro, libra e iene, além de moedas emergentes e ligadas a commodities em geral nesta manhã.

A divisa americana comercial fechou em alta de 1,73%, a R$ 5,154 na compra e na venda. Este é o maior valor desde 28 de março, quando a moeda encerrou a sessão cotada a R$ 5,1643.

Os investidores lá fora e aqui seguem buscando proteção em ativos americanos diante da perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos. Essa demanda é alimentada por dados de atividade mais fortes que o esperado, fala hawkish de dirigente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e resolução do impasse orçamentário que ameaçava paralisar o governo americano.

A percepção foi intensificada após os dados de abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos, que  cresceu para 9,61 milhões em agosto, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta terça pelo Departamento do Trabalho do país.

O resultado ficou bem acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de 8,9 milhões de vagas. O número de julho, por sua vez, foi levemente revisado para cima, de 8,827 milhões para 8,92 milhões.

O investidor faz ainda a leitura da produção industrial de agosto abaixo da mediana esperada. A produção industrial subiu 0,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, divulgou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast (+0,5%). O intervalo das previsões ia de queda de 0,3% a alta de 1,1%. Em relação a agosto de 2022, a produção subiu 0,5%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um recuo de 0,5% a alta de 1,7%, com mediana positiva de 0,9%.

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Ontem, as taxas de juros e a moeda norte-americana subiram, influenciadas também pela geração de vagas de trabalho apontadas pelo Caged, que superou com folga o teto das estimativas em agosto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou, em entrevista à TV Globo, que meio ponto porcentual “é ritmo apropriado hoje de corte de juro dadas as condições”. Ele explicou o que são os núcleos de inflação e a importância dessa medida para se saber a tendência estrutural dos preços.

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)