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Alívio dura pouco e dólar fecha em alta de 1,16%, a R$ 5,45

Diretora do Fed reitera que manter a taxa de juros dos EUA "por algum tempo" provavelmente será suficiente para controlar a inflação

Equipe InfoMoney

Notas de dólar (Foto: Ilustração de Dado Ruvic/REUTERS)
Notas de dólar (Foto: Ilustração de Dado Ruvic/REUTERS)

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Após o alívio das duas sessões anteriores, o dólar voltou a operar em alta frente ao real nesta terça-feira, fechando em alta de mais de 1%, a R$ 5,453. Esse movimento seguiu o fortalecimento da moeda no exterior e dos investidores acompanhando de perto a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e repercutiam falas do diretor do BC Gabriel Galípolo, mas também ficavam de olho no exterior.


No exterior, a diretora do Federal Reserve Michelle Bowman reiterar sua visão de que manter a taxa de juros dos Estados Unidos “por algum tempo” provavelmente será suficiente para deixar a inflação sob controle.

Internamente, a ata do Copom destacou que a reancoragem das expectativas de inflação é vista pela diretoria do Banco Central como elemento essencial para assegurar a convergência da inflação para a meta.

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Em videoconferência promovida pela Warren, Galípolo ponderou que o Banco Central não trabalha com uma meta para o câmbio ou de diferencial de juros, mas sim um alvo para a inflação, o que “não se discute, se cumpre”.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subia 1,16%, a R$ 5,453 na compra e na venda – na máxima, chegoua R$ 5,456. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 1,02%, aos R$ 5,451 por volta das 17h25.. Na máxima do dia, a divisa chegou a bater os R$ 5,45.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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O que acontece com dólar hoje?

A moeda norte-americana oscilou em alta ante o real durante todo o dia, com investidores aproveitando o viés vindo do exterior para recompor posições compradas na divisa dos EUA (no sentido de alta das cotações), após as baixas mais recentes.

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O movimento de busca por dólares no exterior foi favorecido por declarações da diretora do Federal Reserve Michelle Bowman, que reiterou sua opinião de que manter a taxa de juros estável “por algum tempo” provavelmente será suficiente para deixar a inflação sob controle. Ao mesmo tempo, ela reforçou sua disposição de aumentar os juros se necessário.

“A inflação nos EUA continua elevada, e ainda vejo vários riscos de aumento da inflação que afetam minha perspectiva”, disse.

Além disso, dados mostrando o aumento dos preços de residências nos EUA e uma confiança do consumidor acima do esperado contribuíam para o dólar forte.

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“O dólar está ganhando de seus pares e das divisas emergentes por conta dos números (dos EUA), que vieram bons, e dos ‘Fed boys’, indicando que talvez não se corte juros este ano”, comentou durante a tarde Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

Por volta das 17h25, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,16%, a 105,638.

No Brasil, as atenções estiveram voltadas para a ata do Copom e para as declarações de Galípolo durante videoconferência.

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No documento, o Copom indicou que, além da unanimidade entre os membros quanto à manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, todos concordaram que o colegiado deve “perseguir a reancoragem das expectativas de inflação independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada”.

Além disso, o documento trouxe uma elevação da taxa de juros neutra — aquela em que não há estímulo nem retração da economia — de 4,50% para 4,75%, conforme o cálculo do BC.

Já Galípolo reconheceu o incômodo com o avanço recente do dólar ante o real, mas ressaltou que o BC não tem uma meta de câmbio ou de diferencial de juros, mas sim uma meta de inflação.

Profissionais ouvidos pela Reuters avaliaram que tanto a ata quanto Galípolo trouxeram poucas novidades para o cenário. Ao mesmo tempo, segundo eles, a questão fiscal segue como um fator de preocupação para o mercado, o que ajudava a justificar nova alta do dólar ante o real nesta terça-feira.

“Ainda estamos passando por um pouco de pessimismo. Precisamos de alguma coisa que ajude minimamente o governo a acalmar os ânimos em relação ao fiscal”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

(com informações da Reuters)