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Dólar cai 0,6% com alívio no exterior e congelamento de gastos no radar

Entrega do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas pelo governo federal e maiores investimentos em real enfraqueceram o dólar no dia

Equipe InfoMoney

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O dólar devolveu parte dos 3% de ganhos acumulados na semana anterior ao cair 0,61% nesta segunda-feira (22). A moeda norte-americana perdeu força frente ao real e frente a outras moedas emergentes à medida que os investidores repercutiram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir de sua candidatura à reeleição, mas também por movimentos técnicos que favoreceram divisas emergentes.

No cenário nacional, a divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas pelo governo federal confirmou o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas do Orçamento de 2024.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial fechou em queda de 0,61% após três sessões de altas consecutivas, a R$ 5,569 na compra e R$ 5,570 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) recuava 0,71%, a 5.578 pontos.

Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,604 na venda, em alta de 0,28%. A moeda norte-americana avançou 3,20% na semana anterior.

Dólar comercial

Dólar turismo

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O que acontece com o dólar hoje?

O dia foi marcado pela fraqueza do dólar frente seus pares. No cenário internacional, pesou sobre a moeda a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a sua candidatura à reeleição. Analistas políticos acreditam que um novo nome democrata deverá energizar a campanha e equilibrar a disputa pela Casa Branca, diminuindo o favoritismo de Donald Trump.

As apostas na vitória do candidato republicano fortaleceram o dólar na semana anterior, em meio aos temores de uma política comercial restritiva e maior isolacionismo internacional, gerando pressão em uma série de moedas, incluindo o real, à medida que se elevava os rendimentos dos Treasuries.

Nesta sessão, as moedas emergentes retomavam os ganhos, com a divisa norte-americana apresentando quedas contra o peso mexicano e o peso colombiano.

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“A desistência de Biden é uma ótima notícia para os mercados, já que a volta dos doadores do Partido Democrata faz com que a vitória de Trump seja mais incerta. Com o ‘Trump trade’ sendo desfeito hoje, o dólar e as Treasuries estão cedendo”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

O índice dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,08%, a 104,31 pontos.

Outro efeito que apoiou o real nesta segunda foi a retomada do carry trade (no carry trade, investidores tomam recursos no exterior, a taxas de juros baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior.) Na semana passada, o avanço do iene por rumores de intervenção do BC do Japão afetou operações do tipo ao redor do mundo, incluindo as realizadas com o real, com investidores tendendo a desmontar essas posições de carry, o que acabou por pressionar as cotações da moeda doméstica.

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No noticiário doméstico, durante a tarde, os ministérios do Planejamento e da Fazenda confirmaram, por meio do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, a contenção de R$ 15 bilhões em verbas do Orçamento 2024 para levar a projeção de déficit primário do governo central a R$ 28,8 bilhões, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.

Pouco depois do meio-dia, antes mesmo do relatório, Lula reforçou o discurso do governo de defesa do equilíbrio fiscal. Em entrevista a jornalistas de agências internacionais, ele afirmou que o governo fará o congelamento de despesas orçamentárias sempre que necessário e disse que traz a questão da responsabilidade fiscal nas “entranhas”. “Sempre que precisar bloquear, nós vamos bloquear”, disse.

Com isso, após marcar a cotação máxima de R$ 5,6106 (+0,11%) às 9h10, o dólar à vista atingiu a mínima de R$ 5,5357 (-1,23%) às 13h22.

(Com Reuters)