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Dólar sobe e fecha a R$ 5,442 diante de cautela antes da decisão de juros do BC

Sem a referência dos mercados à vista dos EUA, que estão fechados em função de feriado, atenções se voltam para o mercando local

Felipe Moreira

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O dólar operou em alta ante o real durannte toda a quarta-feira (19), chegando a ficar próximo dos R$ 5,50, mas perdeu força no final dos negócios para fechar com valorização de apenas 0,15%. O movimento se deu em meio à cautela dos investidores antes da divulgação da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre juros no fim da tarde, com ampla expectativa de manutenção em 10,50% ao ano e atenção para como cada integrante irá votar.

E com feriado nos Estados Unidos, o pregão também foi mercado pelo menor volume de negócios.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subiu 0,15%, a R$ 5,441 na compra e a R$ 5,442 na venda. Na máxima, a moeda chegou a R$ 5,483. Já o contrato futuro de primeiro vencimento recuava 0,25%, aos 5.435 pontos por volta das 17h30.

No Brasil, pela manhã o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 6,337 bilhões em junho até o dia 14, com entradas líquidas de US$ 2,104 bilhões pelo canal financeiro e entradas de US$ 4,233 bilhões pela via comercial.

Dólar comercial

Dólar turismo

O que acontece com moeda hoje?

Sem a referência dos mercados à vista dos EUA, que estão fechados em função de um feriado, atenções se voltam totalmente para o mercando local.
A busca dos investidores pela proteção do dólar fez a cotação no mercado à vista atingir a máxima de 5,4850 no início da tarde.

No mercado há quase um consenso, precificado na curva a termo, de que o Banco Central manterá a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, colocando um ponto final no atual ciclo de cortes.

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Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizar novos ataques a Roberto Campos Neto, presidente do BC, pressionando pela continuidade do afrouxamento monetário, o mercado estará atento para o posicionamento dos quatro indicados pelo governo Lula na decisão de hoje – em especial para o voto de Gabriel Galípolo. O diretor de Política Monetária do BC é o favorito a assumir o comando da autoridade monetária ao término do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro.
“Embora o mercado acredite que não haverá um susto como em maio, ele está se protegendo”, comentou durante a tarde o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, ao justificar a alta das cotações. “Se houver divisão ou se houver uma ‘surpresa dovish’ no Copom, o dólar sobe”, acrescentou.

Operador ouvido pela Reuters resumiu a percepção mais geral do mercado nesta quarta-feira: o dólar somente cairá no dia seguinte ao Copom se a Selic seguir em 10,50% ao ano, por decisão unânime dos dirigentes do BC. Qualquer decisão diferente desta tem potencial para estressar ainda mais as cotações.

O mesmo profissional ponderou que, apesar de o dólar ter caminhado para os 5,50 reais nos últimos dias, ainda haveria espaço de sobra para novas apreciações caso o resultado do Copom não seja bem avaliado pelos investidores. Isso porque as preocupações com o cenário político brasileiro e com o equilíbrio fiscal permanecem nas mesas de operação.

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Às 17h15, no exterior, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,04%, a 105,230.


(Com informações da Reuters)