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À espera do Copom, dólar ganha força no final dos negócios e chega aos R$ 5,434

Na véspera, a divisa americana fechou com alta de 0,76%

Felipe Moreira

Notas de dólar (Foto: Ilustração de Dado Ruvic/REUTERS)
Notas de dólar (Foto: Ilustração de Dado Ruvic/REUTERS)

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O dólar até perdeu força no período da tarde, mas o receio dos investidores em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre os juros no Brasil fez com que a moeda voltasse a ganhar força no final do pregão e fechasse em alta.
Nesta terça-feira, a divisa fechou a R$ 5,433 na compra e a R$ 5,434 na venda, alta de 0,22% e novamente bem próxima a romper os R$ 5,45 registrados em 4 de janeiro do ano passado.
As incertezas sobre o teor do comunicado que será divulgado amanhã após o fechamento dos mercados e as incertezas fiscais têm pressionado a moeda brasileira nos últimos pregões, mesmo com o dólar perdendo força no exterior.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial subiu 0,22%, cotado a R$ 5,433 na compra e a R$ 5,434 na venda. O dólar futuro operava em alta de 0,19%, indo aos 5.441 pontos, por volta das 17h20.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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Dólar comercial

Dólar turismo

O que acontece com moeda hoje?

No exterior, o dólar subia mais cedo ante a maior parte das demais divisas, incluindo as moedas fortes, mas as cotações perderam força com a divulgação de novos dados econômicos e com declarações de uma autoridade do Federal Reserve.

As vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,1% no mês passado, após uma queda revisada para baixo de 0,2% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,3% em maio.

Os negócios no Brasil acompanharam o enfraquecimento da moeda no exterior e o dólar passou a cair, no início da tarde, ante o real. No entanto, esse movimento perdeu força com a proximidade do encerramento do pregão. Na máxima, a cotação chegou a R$ 5,444 na máxima, na contramão do mercado externo, em que o o “dollar index” registrava leve queda de 0,07%, aos 105.251 pontos.
Essa mudança de sinal reflete uma aversão aos ativos brasileiros, em meio às preocupações com o equilíbrio fiscal e as expectativas em relação ao Copom. As apostas majoritárias no mercado de renda fixa são de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano.

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Conforme profissionais ouvidos pela Reuters, mais do que a decisão em si o mercado quer saber como serão os votos dos nove integrantes do Copom.

Caso a decisão seja novamente dividida — como no encontro anterior, em maio — a expectativa é de nova pressão de alta para o dólar, em função dos receios de que, com a saída de Roberto Campos Neto da presidência do BC no fim de 2024, a instituição se torne mais tolerante com a inflação.

“As incertezas fiscais e as incertezas em relação ao BC estão prejudicando muito os preços de ativos financeiros. Inclusive, a moeda brasileira se desvaloriza mais do que a própria moeda argentina, sendo que a situação da economia argentina é infinitamente pior que a brasileira”, pontuou pela manhã Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em comentário enviado a clientes.

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“Enquanto não vier uma luz da equação fiscal, sobre como o governo vai cumprir o arcabouço sem ficar apenas pressionando a arrecadação tributária, e sem uma luz sobre o que será o novo BC, quem será o presidente e qual será a linha que vai ser seguida, o mercado segue com esta incerteza”, acrescentou.

Em meio à expectativa pelo Copom, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou pela manhã as críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, acusando-o de trabalhar para prejudicar o Brasil.

“O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar”, disse.

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(Com informações da Reuters)