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Dólar fecha estável a R$ 6,09 após disparar até R$ 6,20: o que explica movimento?

Divisa passou grande parte da tarde no negativo após atingir maior patamar histórico e Banco Central realizar dois leilões durante a sessão

Equipe InfoMoney

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O dólar hoje encerrou o dia estável, após oscilar durante toda a tarde nesta terça-feira (17). A moeda à vista também registrou seu maior valor nominal mais cedo, aos R$ 6,20. A divisa norte-americana já vinha se distanciando das máximas do dia, mas virou para o negativo bruscamente após declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que a Casa irá votar hoje a reforma Tributária e o PLP 210, projeto de lei do pacote fiscal.

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Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 6,207. O Banco Central realizou um segundo leilão à vista no começo da tarde e vendeu um total de 2,015 bilhões de dólares. Após a operação da autarquia, a divida cedeu ligeiramente mas ainda oscilava próxima dos R$ 6,169, próximo das 13h.

Durante a tarde, a moeda virou para campo negativo e passou grande parte da segunda etapa do pregão assim. Nos minutos finais da sessão, no entanto, a moeda subiu 0,10% e encerrouo dia a R$ 6,0982.

Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,10%, cotado a 6,0982 reais — o maior valor nominal de fechamento da história.

Na B3, às 17h05, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,84%, a 6,107 reais na venda.

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O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.

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O que aconteceu com o dólar?

O Banco Central divulgou antes da abertura a ata da reunião de política monetária da semana passada, em que os membros decidiram acelerar o ritmo de aperto dos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude no próximo ano.

No documento publicado nesta terça, o BC disse que observa uma deterioração em componentes que afetam a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado, vendo os impulsos fiscal e de crédito no país como elementos que estão contribuindo para uma redução do efeito do aperto monetário.

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O cenário fiscal continuou sendo o foco central dos investidores nesta sessão, em meio a temores de que o governo não consiga a aprovação de suas medidas de contenção de gastos no Congresso até sexta-feira, antes de os parlamentares entrarem em recesso.

“É preciso o ajuste fiscal, que, no momento, é insuficiente e medíocre. O governo é resistente a novas medidas e tem dificuldades para provar o pouco que foi apresentado”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

O dólar subiu durante a maior parte da sessão, aliviando as altas apenas por alguns instantes após a realização de dois leilões à vista pelo Banco Central, que vendeu mais de 3,2 bilhões de dólares sem compromisso de recompra nas duas operações.

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A autarquia vendeu 1,272 bilhão de dólares à vista em leilão realizado na primeira hora de negociação, e depois vendeu mais 2,015 bilhões de dólares à vista em um novo leilão realizado no início da tarde, no quarto pregão consecutivo com intervenção no mercado de câmbio.

O BC ainda vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.

Sob a pressão dos receios fiscais do mercado, o dólar atingiu a máxima de 6,2092 (+1,92) às 12h16.

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“Essas intervenções mostram que não adianta queimar cartucho. Você precisa de um aperto monetário e de uma revisão fiscal urgentemente. Queimar as reservas para que o câmbio volte vai só criar um efeito artificial, mas depois ele volta rápido”, disse Spiess.

Mas os movimentos da divisa dos Estados Unidos foram se revertendo ao longo da tarde, à medida que os investidores começaram a receber notícias que geraram maior otimismo pela tramitação do pacote fiscal do governo no Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a Casa votará um dos projetos do pacote fiscal ainda nesta terça. A previsão dele é de que outras duas propostas sejam analisadas pelo plenário na quarta-feira.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, ainda indicou que é preciso encontrar um “meio do caminho” que viabilize a aprovação no Congresso dos projetos que compõem o pacote fiscal sem desidratá-los.

“A série de intervenções do BC foi positiva, mas especialmente quando combinada com avanços modestos em Brasília. Ainda não há indícios de que o perigo acabou, e as votações do restante da semana têm o potencial de reverter ou até intensificar o avanço do dólar”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Com a melhora no ambiente devido ao avanço do pacote fiscal, o dólar atingiu a mínima do dia, a 6,0614 reais (-0,50%), às 15h08, antes de recuperar as perdas e voltar a subir ligeiramente.

Investidores ainda avaliaram a ata da reunião de política monetária da semana passada, em que os membros decidiram acelerar o ritmo de aperto dos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude no próximo ano.

No documento publicado nesta terça, o BC disse que observa uma deterioração em componentes que afetam a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado, vendo os impulsos fiscal e de crédito no país como elementos que estão contribuindo para uma redução do efeito do aperto monetário.

No exterior, o movimento era de cautela antes do anúncio da decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente que o banco central dos Estados Unidos reduza a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,16%, a 106,950.

A autarquia vendeu 1,272 bilhão de dólares à vista, aceitando sete propostas com uma taxa de 6,1005 reais por dólar, em leilão realizado entre às 9h36 e 9h41.

Logo após o leilão, o dólar atingiu a mínima da sessão, a 6,0964 reais (+0,07%), mas voltou a acelerar minutos depois.

No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)