Dólar passa a subir e se aproxima dos R$ 5,70 com commodities e incertezas em foco

Fiscal também está no radar dos investidores

Equipe InfoMoney

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O dólar chegou a registrar queda durante a manhã, mas logo passou a subir, seguindo a tendência de fortes ganhos de 1,3% da véspera, à medida que os mercados emergentes seguem sensíveis às perspectivas econômicas da China e ao risco de escalada nas tensões geopolíticas do Oriente Médio. Com isso, a divisa americana se aproxima dos R$ 5,70.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

Qual a cotação do dólar hoje?

Às 9h58, o dólar comercial subia 0,58%, a R$ 5,685 na compra e R$ 5,686 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,81%, a R$ 5,706.    

Na terça-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,36%, cotado a R$ 5,6587.

Leia também: Dólar pode seguir se valorizando com juros altos por mais tempo nos EUA?

Dólar comercial

Dólar turismo

O que acontece com o dólar hoje?

A divisa brasileira já tinha sofrido com a forte valorização do dólar em mercados emergentes na sessão anterior, com a moeda norte-americana fechando em alta de 1,36%, a 5,6587 reais, o valor de fechamento mais alto em um mês.

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Como fator principal para a pressão sobre moedas emergentes estão as quedas nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro, em meio a notícias vindas da China, maior importador de matérias-primas do planeta, e do Oriente Médio, onde se teme a escalada das tensões.

Nesta sessão, a pressão das commodities parecia moderar um pouco, ainda que preços de produtos importantes seguissem em queda, e as atenções dos mercados globais se voltavam também a outros fatores, incluindo novos dados econômicos.

O dólar subia frente ao peso mexicano e se mantinha firme ante o peso chileno e o rand sul-africano.

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O cenário externo continua incerto, com dúvidas sobre as perspectivas econômicas da China, o conflito no Oriente Médio e a eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro.

“As moedas emergentes vêm sofrendo um bocado, ainda com dúvidas perante a solidez da economia chinesa… e em breve as eleições norte-americanas, que por sinal, no momento, mostram uma grande chance de Donald Trump vencer, o que pode acabar dificultando ainda mais o cenário para essas moedas”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações de câmbio da StoneX.

As atenções se voltarão na quinta-feira a uma nova entrevista à imprensa do governo chinês, com investidores na expectativa por anúncio de medidas de estímulo para o setor imobiliário.

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Também estará no radar na quinta a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, em que se espera que as autoridades reduzam a taxa de juros em mais 25 pontos-base para estimular a economia da zona do euro.

No cenário doméstico, ainda pesam as dúvidas do mercado com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo após reportagem da Reuters mostrar na segunda-feira que o Executivo planeja anunciar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais.

“A gente realmente não vai mais comprar essa tese (de contenção de gastos) enquanto não ver isso aprovado. O cenário político não é tão tranquilo para fazer essas aprovações”, disse Diego Faust, operador de renda variável da Manchester.

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Impactos da incerteza fiscal eram observados também na curva de juros brasileira, com os juros futuros subindo de forma sólida nesta sessão.

(com Reuters)