Conteúdo editorial apoiado por

Dólar cai abaixo de R$ 5,70 pela 1ª vez em 3 meses com alívio de tarifas e Datafolha

O dólar à vista fechou na véspera em leve alta de 0,10%, a R$ 5,7679

Felipe Moreira Camille Bocanegra Agências de notícias

Publicidade

O dólar fechou a sexta-feira com queda superior a 1% ante o real, voltando a ficar abaixo dos R$5,70, em sintonia com o recuo firme da moeda norte-americana no exterior após o governo Trump adiar a cobrança de tarifas recíprocas de importação e depois de dados mostrarem retração do varejo dos EUA em janeiro.   

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

Qual é a cotação do dólar hoje?

Continua depois da publicidade

O dólar à vista fechou em queda de 1,22%, aos R$5,6974 — a menor cotação de fechamento desde 7 de novembro de 2024, quando encerrou em R$5,6759.

A divisa acumulou queda semanal de 1,65%, marcando a sétima semana consecutiva de perdas para a moeda norte-americana no Brasil. No ano a baixa acumulada é de 7,79%.      

Às 17h10 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 1,19%, aos R$5,7080.

Continua depois da publicidade

Dólar comercial

Dólar turismo

O que aconteceu com dólar hoje?

Trump detalhou na quinta-feira um roteiro para aplicar tarifas recíprocas contra qualquer país que imponha taxas contra as importações norte-americanas, após vários dias prometendo o anúncio das medidas.

Continua depois da publicidade

No entanto, o anúncio de Trump foi mais uma orientação para que sua equipe comercial e econômica estude as tarifas e outras barreiras comerciais impostas sobre os EUA, sem a apresentação de nenhuma medida recíproca específica.

Os mercados entenderam que o posicionamento de Trump abriu espaço para negociações e acordos com os países na mira dos EUA, o que possibilita que as tarifas recíprocas a serem anunciadas à frente podem ser mais moderadas do que o esperado ou até mesmo nem ocorrerem.

A avaliação de analistas é que a implementação de tarifas pelos EUA pode gerar uma guerra comercial global e elevar os preços de diversos produtos, principalmente nos EUA, o que favorece o dólar, devido à necessidade de que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros elevada para conter a inflação.

Continua depois da publicidade

O movimento desta sessão também veio na esteira de uma ampla desvalorização do dólar no mundo todo, uma vez que, no geral, agentes financeiros têm concluído que as ameaças tarifárias de Trump são mais uma tática de negociação do que um plano concreto.

No Brasil, o dólar tem passado ainda por um processo de desvalorização ainda maior, após a moeda norte-americana acumular fortes ganhos no fim do ano passado devido a temores do mercado com o cenário fiscal brasileiro.

Em 2025, a divisa dos EUA acumula queda de 7,2% até o momento.

Além disso, ativos reagiram no meio da manhã após o Departamento do Comércio dos EUA informar que as vendas no varejo caíram 0,9% em janeiro, depois de um aumento revisado para cima de 0,7% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, cairiam apenas 0,1%.

O cenário doméstico tem sido marcado justamente por falta de notícias sobre a questão fiscal nas semanas recentes, mas investidores têm demonstrado receios com a trajetória da inflação, que encerrou 2024 acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central e parece estar a caminho de repetir o feito neste ano.

Neste pregão, o mercado ainda avaliou comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que o crescimento econômico brasileiro voltará a surpreender os analistas neste ano e afirmou que, na economia, é necessário “fazer o óbvio” e que não “inventará” nesta área.

No fim da sessão, o resultado da pesquisa Datafolha também impactou ativos, com alta forte do Ibovespa durante o fim da tarde e recuo do dólar.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)