Dólar sobe 0,8%, a R$ 5,53, com reforço do combo “China, guerra e juros nos EUA”

Cenário internacional deu impulso para o dólar, em meio a investidores optando por ativos mais seguros com as incertezas globais

Equipe InfoMoney

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O dólar à vista teve um dia forte frente ao real nesta terça-feira (8), ultrapassando a referência dos R$ 5,50, em linha com o movimento no exterior. A moeda norte-americana subiu em meio às dúvidas sobre os estímulos econômicos na China, o acirramento do conflito no Oriente Médio e a perspectiva de cortes menores de juros nos EUA.

As apostas de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) cortará os juros em apenas 25 pontos-base em novembro – e não em 50 pontos-base, como ocorreu em setembro – continuaram a subir e sustentaram os rendimentos dos Treasuries na maior parte do dia, fortalecendo o dólar.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial fechou em alta de 0,86%, a R$ 5,532 na compra e na venda. Na B3, o contrato futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 0,61%, a 5.547 pontos.

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Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,4865. Nos primeiros seis dias úteis de outubro a divisa acumula alta de 1,55%.

Leia também: Dólar pode seguir se valorizando com juros altos por mais tempo nos EUA?

Dólar comercial

Dólar turismo

O que aconteceu com o dólar hoje?

Nesta terça-feira (8), o dólar ampliou os ganhos da véspera sobre moedas de países emergentes, com investidores frustrados após comentários de autoridades chinesas sobre a economia decepcionarem e diminuírem as expectativas de medidas mais fortes para sustentar o crescimento.

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O presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Zheng Shanjie, disse em uma coletiva de imprensa que o governo planeja colocar 200 bilhões de iuanes (R$ 7,5 bilhões) em gastos orçamentários antecipados e projetos de investimento a partir do próximo ano.

O país também acelerará os gastos fiscais e “todos os lados devem continuar se esforçando mais” para fortalecer as políticas macroeconômicas, acrescentou. Investidores e economistas afirmam, entretanto, que ainda é necessário mais apoio do lado fiscal e reduziram o otimismo anterior com as medidas do governo.

“Ficou bem abaixo do esperado… O mercado corrigiu bem hoje e refletiu esse mal humor nos mercados internacionais, em especial nas commodities“, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

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Preços de commodities importantes, como petróleo e minério de ferro, recuavam nesta sessão com a decepção em relação à China, maior importador de matérias-primas do planeta. Com isso, a moeda norte-americana avançava sobre divisas mais dependentes de exportações, com altas ante o rand sul-africano e o peso chileno.

No radar dos agentes financeiros também estava a escalada dos conflitos no Oriente Médio, com Israel ampliando sua ofensiva no Líbano contra o grupo Hezbollah, o que na semana passada gerou retaliação por parte do Irã.

A perspectiva de uma guerra ampla na região, que geraria uma série de incertezas políticas e econômicas, tem provocado aversão ao risco nos mercados globais, afastando investidores de ativos mais arriscados.

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Em terceiro lugar, investidores seguiram elevando as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros em 25 pontos-base em novembro – e não em 50 pontos-base, como visto em setembro. Como em sessões anteriores, a perspectiva de juros não tão baixos nos EUA deu suporte ao dólar ante outras divisas de países emergentes.

(com Reuters)