Dólar dispara e supera os R$ 5,30 após declarações de Haddad sobre meta de inflação

No segmento de turismo, moeda chega a R$ 5,50

Equipe InfoMoney

Reprodução / Pixabay
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O dólar acelerou os ganhos e subiu mais de 1% nesta sexta-feira (7), fechando acima de R$ 5,30 pela primeira vez desde janeiro de 2023. Entre os motivos para a escalada da moeda estão as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre mudanças no sistema de metas de inflação.

Além disso, mais cedo, a divulgação do relatório de emprego fora do setor agrícola (payroll) dos Estados Unidos, com a criação de 272 mil vagas, fortaleceu a tese de adiamento do corte de juros pelo Federal Reserve, o que levou ao fortalecimento da divisa no exterior.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subiu 1,42%, a R$ 5,324 na compra e na venda. O contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançou 1,80%, aos 5.365 pontos.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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Dólar comercial

Compra: R$ 5,324

Venda: R$ 5,324


Dólar turismo

Compra: R$ 5,324

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Venda: R$ 5,504

Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual importância da moeda




O que acontece com a moeda?


O dólar já iniciou os negócios em alta, com a divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, mas ganhou ainda mais força na etapa final dos negócios, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Haddad afirmou que vai publicar ainda neste mês um decreto que regulamenta a meta de inflação. Ela deixaria de considerar o ano-calendário e passaria para o modelo de meta contínua.

Nesse modelo, o Banco Central (BC) passaria a buscar uma meta de inflação dentro de prazos mais flexíveis e longos, e não mais em um ano fechado (janeiro a dezembro).

Segundo o ministro, o decreto será divulgado antes da próxima reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que no final do mês se reúne para definir a meta de IPCA de 2027. Desde o ano passado, o colegiado deliberou que a meta de inflação seria de 3% em 2024, 2025 e 2026, com 1,5 ponto porcentual de tolerância para mais ou para menos.

Já no exterior, o que pesou foi o relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos.
“(O relatório) surpreendeu muito. Com o verão chegando nos EUA, contratações voltam a subir, mas de qualquer forma, não era esperado”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Um mercado de trabalho forte tem sido uma justificativa comum entre as autoridades do Fed para se manterem cautelosas em relação à trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%, o que também tem adiado o início de um possível ciclo de afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA. Ao longo do último mês, dados de emprego do setor privado e de vagas abertas, seguidos de um relatório de emprego mais fraco em abril, vinham mostrando um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano, ampliando as expectativas do mercado por um corte de juros no Fed em breve.

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O relatório desta sexta-feira reverte essas apostas, fomentando cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, uma vez que as autoridades do Fed devem reforçar sua postura agressiva na batalha contra a alta dos preços.

(com Reuters)