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Dólar cai 1,46%, a R$ 5,48, em 2º dia de forte baixa após Lula mudar tom sobre fiscal

Lula reafirmou na véspera compromisso com as contas públicas

Felipe Moreira

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O dólar teve mais um dia de forte baixa frente ao real nesta quinta-feira (4), ampliando as perdas da véspera, à medida que diminuiu a preocupação dos investidores com o quadro fiscal brasileiro após falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reafirmaram o compromisso do governo com as contas públicas.

Lula também deixou de criticar o Banco Central, como vinha fazendo quase que diariamente, e passou a defender o equilíbrio fiscal.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial fechou em baixa de 1,46%, a R$ 5,486 na compra e R$ 5,487 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto operava com baixa de 1,17%, a 5.504 pontos.

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Em 2024, porém, a divisa ainda acumula alta de cerca de 13%. Na terça-feira, antes da mudança de tom do governo, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,70.

Leia mais: Especulação? As narrativas de Lula e BC sobre salto do dólar – e o impacto no mercado

Na quarta-feira, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 5,5693 na venda, em baixa de 1,72%, na maior queda percentual em um único dia desde 6 de janeiro de 2023.

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Dólar comercial

Dólar turismo

O que acontece com dólar?

Nas últimas sessões até terça, o dólar subiu forte devido a incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil. A preocupação era com o risco desse movimento respingar na economia real, encarecendo produtos e levando o Banco Central a precisar aumentar a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano, para conter a inflação.

Já na última quarta-feira (3), o Lula afirmou que a responsabilidade fiscal é um compromisso de seu governo e que o país jamais será irresponsável nessa área. Mais tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente assegura a preservação do arcabouço fiscal e anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas com benefícios sociais que passarão por pente-fino, dando alívio ao mercado.

Nesta quinta, como resultado das sinalizações do governo, a divisa americana registrou baixa durante toda a sessão. “O dia começa dando continuidade ao tom positivo de ontem, em que o mercado remove os prêmios adicionados sobre os ativos financeiros ao longo dos últimos dias”, apontou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “Essa propensão ao risco deriva de uma diluição dos riscos locais, em especial a questão fiscal na qual houve uma grande direcionamento ontem”, acrescentou.

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No cenário externo, o mercado dos Estados Unidos ficou fechado por conta de feriado, o que também contribuiu para que não houvesse tanta volatilidade dos ativos.

Dados econômicos dos EUA na quarta-feira apontaram para uma moderação do mercado de trabalho e ampliaram o otimismo dos investidores por um corte na taxa de juros do Federal Reserve ainda neste ano, o que também ajudou na forte queda da divisa norte-americana no Brasil.

Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.

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Na Europa, as atenções estarão voltadas nos próximos dias para eleições, com os britânicos indo às urnas nesta quinta-feira para, possivelmente, eleger um novo primeiro-ministro. Os franceses votam no domingo para formar o novo Parlamento.

(Com Reuters)