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O dólar fechou com baixa nesta quarta-feira (3), depois que falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e dados do setor de serviços norte-americano, reduziram a pressão sobre o mercado de títulos americanos, enfraquecendo a divisa também no mercado internacional.
Durante a manhã, a moeda norte-americana demonstrava força ante a moeda brasileira e em relação a boa parte das demais moedas no exterior, em movimento que acompanhava a alta dos rendimentos dos títulos americanos.
O movimento reflete a percepção, reforçada por alguns dados desta quarta-feira, de que o Banco Central americano poderá adiar para julho ou para depois disso o início do processo de cortes de juros.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista terminou a sessão com baixa de 0,34%, a R$ 5,0418 na venda. Às 17h10, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caiu 0,57%, a 5.0535 pontos.
O Banco Central fez nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de junho de 2024.
Dólar comercial
- Venda: R$ 5,041
- Compra: R$ 5,038
Dólar turismo
- Venda: R$ 5,248
- Compra: R$ 5,068
Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual a importância dessa moeda
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Por que o dólar fechou em baixa hoje?
O dólar começou a sessão em alta, mas o cenário começou a mudar às 11h, quando saíram os números do setor de serviços norte-americano do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês). O Índice de Gerentes de Compras (PMI) não manufatureiro do ISM caiu de 52,6 em fevereiro para 51,4 em março, no segundo declínio mensal consecutivo do indicador.
Imediatamente após os números do ISM os yields perderam força nos EUA, o que também pesou sobre as cotações do dólar ante as demais moedas, incluindo o real.
Durante a tarde, a pressão baixista sobre o dólar continuou em meio a declarações do presidente do Fed. Em um evento nesta quarta-feira, ele demonstrou cautela em relação ao futuro da política monetária americana. Além disso, pontuou que há riscos de se cortar os juros muito cedo, mas também de se esperar demais. Powell afirmou ainda que a política monetária está apertada e funcionando e que o mercado de trabalho está se reequilibrando.
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“Talvez o pessoal esteja olhando aqui a parte interna, nossa questão fiscal, mas o que está pesando mesmo é o cenário lá fora: a questão dos juros americanos e, agora, essa dose da questão geopolítica”, disse Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, sobre o recente rali do dólar.
O dólar tende a ser impulsionado pela tensão geopolítica em si, conforme investidores enchem suas carteiras de ativos seguros para se prevenir de eventuais escaladas em conflitos.
Recentemente, operadores têm reduzido as apostas num início em junho do afrouxamento monetário do Fed, bem como as projeções da flexibilização total a ser promovida pelo banco central este ano.
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“O que está segurando o Fed de cortar os juros? É inflação, então, com isso, esse petróleo em alta piora o cenário”, avaliou Iha. Hoje, o petróleo tem nova alta.
Intervenção do BC
Hoje pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a intervenção cambial feita pela autoridade monetária nesta semana “não teve nada a ver” com o patamar do câmbio, que é flutuante.
Em evento promovido pelo Bradesco BBI, Campos Neto afirmou que a operação foi motivada por um vencimento de títulos atrelados ao câmbio, o que foi expressamente pontuado na comunicação do BC, mas parte dos agentes não teria compreendido.
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Ele afirmou que o BC apenas faz intervenção no câmbio quando detecta disfuncionalidades no mercado e acrescentou que o Brasil está com fluxo forte de recursos e possui reservas e que, por isso, “câmbio não deveria ser um problema”.
(Com Reuters)