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Dólar sobe 1,4% e chega a R$ 5,73, maior valor em mais de dois anos

Analistas falam em "tempestade perfeita" que levou a desvalorização do real, com riscos internos e externos

Equipe InfoMoney

(Foto: Vladislav Reshetnyak/Pexels)
(Foto: Vladislav Reshetnyak/Pexels)

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O dólar à vista subiu fortemente frente ao real nesta quinta-feira (1), ampliando os ganhos da véspera e na contramão dos pares emergentes, enquanto investidores repercutem as decisões de política monetária e cenário geopolítico. A alta foi de 1,43% e levou o câmbio a maior cotação desde dezembro de 2021, a R$ 5,73.

Analistas afirmam que uma combinação de fatores resultou na “tempestade perfeita” que fez o dólar disparar. “A valorização do iene, que leva a uma saída de capital de outras moedas emergentes; dados econômicos fracos dos EUA fortalecem o dólar como ativo de refúgio; a decisão do Copom de manter juros estáveis torna o real menos atraente; e o risco do conflito entre Israel e Palestina de alastrar no Oriente Médio”, lista Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial subiu 1,43%, a R$ 5,734 na compra e a R$ 5,735 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) subia no mesmo nível, a 5.755 pontos.

Esta é a maior cotação de fechamento desde 21 de dezembro de 2021, no terceiro ano do governo de Jair Bolsonaro, quando a cotação da moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7394.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,64%, a R$ 5,6558. Em 2024, o dólar acumula valorização de 18,24%.

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O que aconteceu com o dólar hoje?

“O movimento do dólar no Brasil está alinhado com o externo, mas está um pouco mais forte aqui em função de vários fatores”, comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.

Segundo ele, ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tenha indicado na véspera estar preocupado com os efeitos do câmbio e das expectativas sobre a inflação, o colegiado não demonstrou intenção de subir a taxa básica de juros no curto prazo. “Isso é negativo para o real”, disse Machado.

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Outro fator para a força do dólar ante o real é a percepção entre os investidores de que o BC, por enquanto, não fará intervenções no mercado. A autoridade monetária tem repetido que eventuais intervenções serão feitas apenas em caso de disfuncionalidade do mercado e não por conta do nível do câmbio.

Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que, com o dólar próximo dos R$ 5,70, ordens de stop loss (parada de perdas) foram disparadas, amplificando o movimento no câmbio.

Fatores geopolíticos também favoreceram o dólar no exterior nesta quinta-feira. O risco do conflito entre Israel e Palestina de alastrar no Oriente Médio após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, fizeram a moeda americana se valorizar sobre diversos países emergentes.

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O real também enfrenta a reversão de fluxo que vinha de operações de carry trade com o iene, quando investidores tomam dinheiro a uma taxa de juros mais baixa para aplicá-lo em outra moeda, onde as taxas de juros são maiores. Na quarta-feira, o Banco do Japão aumentou os juros e diminuiu o interesse nessas operações.

O índice dólar (DXY), que mede o peso da divida frente seis pares, subiu 0,29%, a 104,40 pontos.

(com Reuters)

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