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O dólar fechou em alta moderada na manhã desta quinta-feira (5) , na contramão do recuo visto no exterior, com investidores adotando certa cautela antes da divulgação de dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira e ainda precificando juros mais altos nos EUA.
A divisa americana comercial subiu 0,31%, a R$ 5,169 na compra e na venda, no maior nível desde março. Na semana, o avanço já é de cerca de 2,8%.
O recuo de mais 2% do petróleo pesa também no mercado de câmbio, após perdas superiores a 5% ontem por incertezas sobre a oferta da commodity e preocupações com a demanda global em meio à desaceleração da economia da China. O feriado esta semana na China ainda afeta a liquidez nos mercados globais.
Com a agenda de indicadores fraca, o mercado ainda acompanhou comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ele disse que a inflação se mostra mais resiliente do que o previsto antes e reitera que o BC está buscando reancoragem total das expectativas de inflação.
Descolando do exterior
Pela manhã, o dólar chegou a oscilar no terreno negativo, mas como ainda prevalecia uma visão mais pessimista sobre o futuro da política monetária nos EUA essa oscilação foi momentânea.
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Os rendimentos dos Treasuries subiam na primeira metade da sessão, o que garantia certo suporte para a moeda norte-americana ante o real.
“É bem na toada do que vimos nesta semana. A precificação nos EUA é de que os juros ficarão mais altos, o que contribui para tirar capital do Brasil”, comentou Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “No começo do ano, com a Selic a 13,75% ao ano, o Brasil atraiu muito capital estrangeiro. Agora os recursos tendem a começar a sair”, acrescentou.
De fato, desde que Federal Reserve realizou seu último encontro de política monetária, em 20 de setembro, o mercado de Treasuries vem se ajustando à perspectiva de juros maiores nos EUA, por um período mais longo. Isso tem dado força ao dólar ante as demais divisas.
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Na tarde desta quinta-feira, porém, com os rendimentos dos Treasuries passando para o negativo, o dólar se enfraqueceu no exterior ante divisas fortes e ante a maior parte das moedas de emergentes ou exportadores de commodities. No Brasil, a moeda americana seguia em alta.
“Estamos descolando das moedas fortes, algo que não temos visto ultimamente”, comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. “Mas mesmo com os yields dos Treasuries caindo um pouco (durante a tarde), eles ainda estão em níveis elevados”, acrescentou, ao analisar a tendência de alta do dólar ante o real.
No mercado de moedas, a avaliação geral é de que o relatório de empregos payroll, a ser divulgado na sexta-feira nos EUA, pode trazer indicações mais claras sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve, com impactos no câmbio.
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Na manhã desta quinta-feira, o Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 2.000 na semana encerrada em 30 de setembro, para 207.000, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 210.000 pedidos para a última semana.
O resultado — muito próximo do esperado — manteve a expectativa pelo payroll.
(com Estadão Conteúdo e Reuters)