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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em alta leve frente ao real nesta quinta-feira, apesar dos fortes ganhos da moeda norte-americana no exterior, com investidores incorporando uma orientação mais cautelosa do Banco Central em seu comunicado de política monetária.
A moeda norte-americana à vista avançou 0,11%, a 4,9797 reais na venda, a despeito dos ganhos de cerca de 0,80% do índice que compara um dólar a uma cesta de seis rivais de países desenvolvidos.
Embora dados econômicos resilientes dos Estados Unidos tenham pesado sobre o apetite por risco no mercado de câmbio internacional, isso foi compensado pela decisão da véspera do Banco Central do Brasil de encurtar sua indicação sobre cortes de juros futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê redução de 0,50 ponto percentual apenas na próxima reunião, em maio. Desde agosto, a orientação era de novos cortes equivalentes nas próximas reuniões, no plural.
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“O mercado entende isso como um sinal de cautela, de que revisões no ritmo de corte da taxa básica de juros Selic são mais fáceis agora”, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.
“Essa conjunção de menos cortes de juros no Brasil e manutenção da previsão de corte de juros nos Estados Unidos acaba favorecendo o diferencial de juros brasileiro, e os ativos brasileiros tornam-se mais atraentes, com expectativa de maior fluxo de investimento estrangeiro.”
O BC cortou a Selic pela sexta vez seguida em 0,50 ponto na quarta-feira, levando a taxa a 10,75% ao ano.
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Já o Federal Reserve deixou na quarta-feira sua taxa básica inalterada, e projeções atualizadas do banco central norte-americano mostraram que 10 das 19 autoridades do Fed ainda veem os juros em queda de pelo menos 0,75 ponto percentual até o final deste ano, uma visão mediana definida pela primeira vez em dezembro e mantida apesar da recente inflação mais forte do que o esperado.
Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”. Nelas, toma-se empréstimos em país de juros baixos e se aplica esse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com a diferença de taxas.
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