Dólar cai quase 1%, a R$ 4,93, com avanço de commodities e expectativa por dados dos EUA

A moeda norte-americana oscilou no território negativo durante toda a sessão

Reuters

Dólar e Real (Foto: Getty Images)
Dólar e Real (Foto: Getty Images)

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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a terça-feira em queda firme ante o real, de quase 1%, com as cotações reagindo ao avanço das commodities no exterior, em especial o minério de ferro, e com os investidores ajustando posições antes da divulgação de dados importantes da economia norte-americana no restante da semana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9334 na venda, em baixa de 0,98%. Em fevereiro, a moeda norte-americana acumula baixa de 0,10%.

Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,01%, a R$ 4,9345.

A moeda norte-americana oscilou no território negativo durante toda a sessão. Um dos fatores para o fortalecimento do real era o avanço de commodities como o petróleo e, principalmente, o minério de ferro — produtos importantes para a pauta comercial brasileira.

O minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações com alta de 1,24%, a 897,5 iuanes (124,70 dólares) por tonelada, em meio à esperança de recuperação da demanda na China, principal mercado consumidor, e a um possível imposto de exportação sobre o produto indiano de baixa qualidade.

Além da influência das commodities, o câmbio no Brasil era impactado por operações que antecedem a divulgação de dados importantes nos EUA, em especial o índice PCE de janeiro, a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, na próxima quinta-feira.

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“O Ibovespa está subindo bem, vários setores estão em alta, então de modo geral o pano de fundo permite uma queda do dólar ante o real”, comentou durante a tarde Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.

“Além disso, o comprador não tem tanta disposição para comprar quando o dólar está perto dos R$ 5,00. Então, o mercado pode ‘guardar’ essa barrigada do dólar (para baixo) hoje, para poder ter posicionamento e reagir na compra se os dados de inflação dos EUA na quinta permitirem isso”, acrescentou.

Ao longo da tarde, a moeda norte-americana à vista foi ampliando as perdas ante o real, a despeito de o dólar index — que compara a divisa dos EUA ante uma cesta de moedas fortes — sustentar ganhos no exterior. Por outro lado, o dólar caía ante divisas pares do real como o peso chileno e o peso mexicano.

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Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,07%, a 103,840.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.

Também pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,78% em fevereiro, acelerando ante a alta de 0,31% de janeiro. Com isso, a taxa nos 12 meses até fevereiro passou a uma alta de 4,49%, pouco acima dos 4,47% do primeiro mês do ano.

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O IPCA-15 é considerado uma espécie de prévia para o indicador oficial de inflação no Brasil, o IPCA.

Apesar da aceleração, o IPCA-15 ficou abaixo das expectativas dos economistas em pesquisa da Reuters, de 0,82% no dado mensal e de 4,52% em 12 meses.