Dólar fecha em queda de 0,46%, a R$ 4,72, e renova mínima em 15 meses com rating do Brasil elevado e Fomc

Elevação de rating favorece entrada de recursos para o Brasil, mas ainda há expectativa pela decisão do Fomc

Equipe InfoMoney

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O dólar teve baixa frente ao real nesta quarta-feira (26), após a decisão da agência de classificação de risco Fitch de elevar a nota de crédito soberano do Brasil e com a decisão de política monetária do Federal Reserve, que em boa parte da sessão limitou maiores baixas da divisa americana.

O dólar comercial fechou em baixa de 0,46%, a R$ 4,728 na compra e na venda, renovando as mínimas desde abril de 2022. No ano, a baixa acumulada é de 10,4%.

Durante a manhã, a divisa repercutiu a notícia de que a Fitch elevou o rating do Brasil a “BB” nesta quarta-feira, contra “BB-” antes, com perspectiva estável, e atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado.

Essa melhora vem pouco mais de um mês depois que outra agência de classificação de risco, a S&P, mudou sua perspectiva para a nota de crédito do Brasil, atualmente BB-, de “estável” para “positiva”, também citando sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal.

“Essa elevação da nota de crédito de longo prazo da agência Fitch… valida expectativas dos investidores de que o ambiente macroeconômico brasileiro está melhor, está mais favorável aos investimentos do país, e também contribui para o fortalecimento do real”, disse à Reuters Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, aponta que, após a decisão da Fitch e com a S&P melhorando a perspectiva, só falta a Moody’s entre as três principais agências de rating se posicionar – e que esse também deve ser um posicionamento positivo para o Brasil.

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“Entendo que a medida favorecerá o fluxo de recursos para cá, porque diversos fundos internacionais têm limitações de aporte por conta da nota de crédito”, avalia Cruz.

A queda do dólar foi um pouco tímida por conta da expectativa pelo Fomc, mas ainda assim a divisa registrou baixa durante boa parte do pregão. Após a decisão, às 15h, a queda se intensificou.

O Federal Reserve subiu sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, como esperado, sem se comprometer com os próximos passos da política monetária.

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Porém, para Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, o destaque que pode ser lido como positivo é que Jerome Powell, chairman do Fed, equiparou em coletiva pós-Fomc a probabilidade de uma elevação adicional de juros na próxima reunião do comitê, em setembro, a uma manutenção dos juros básicos – apontando que os riscos (de subir pouco os juros e não ser o suficiente versus subir pouco e não controlar a inflação) agora encontram-se mais equilibrados.

No geral, o dólar tende a se beneficiar quando o Fed adota um tom mais duro no combate à inflação, enquanto posicionamentos mais brandos do banco central costumam deixá-lo sob pressão.

(com Reuters)