Disparada de elétricas e small cap que subiu 150% agitam a Bovespa; veja 15 destaques

Na sessão agitada desta terça, as imobiliárias, o setor varejista e os shopping centers também tiveram disparada após estimativa de corte na taxa de juros ainda este ano

Marina Neves

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SÃO PAULO – Em mais um dia de ganhos na Bovespa, a sessão desta terça-feira (22) teve diversos setores chamando atenção na ponta de cima, com destaque para os setores varejista, de shopping centers e imobiliárias; as altas de mais de 3% de ações como as da BR Malls (BRML3, R$ 21,44, +7,47%), Iguatemi (IGTA3, R$ 25,74, +4,38%), Multiplan (MULT3, R$ 58,20, +4,39%) e Aliansce (ALSC3, R$ 20,00,+3,63%) chamaram atenção após o mercado começar a estimar no dia de hoje um corte na taxa de juros (Selic) ainda neste ano.

Além delas, as ações das elétricas figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, na expectativa do mercado de que as distribuidoras consigam recursos com boas condições de pagamento para cobrir o rombo financeiro causado pela compra de energia de curto prazo. São destaques também as ações das estatais e dos bancos, que repercutem expectativas da divulgação do Ibope, além das ações da Karsten (CTKA4, R$ 1,19, +54,55%), small cap que vem em disparada desde ontem em meio à revelação de que está em negociações confidenciais para um aumento de capital, cujo montante poderia chegar a até 6 vezes seu valor de mercado e chegou a subir 147% em dois dias. Subiram também as ações da PDG Realty (PDGR3, R$ 1,55, +4,03%), que aparece no radar a notícia de que a incorporadora deixou a “lista suja” do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). 

Do outro lado do Ibovespa figuraram as ações da MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,37, -5,52%) e Ambev (ABEV3, R$ 16,67, -0,83%), enquanto as ações das companhias de celulose estendem as perdas da sessão de ontem.

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Confira as ações que são destaque nesta terça-feira:

Elétricas
As ações do setor elétrico apareceram hoje entre as maiores altas do Ibovespa em meio à confirmação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de que R$ 6,5 bilhões estão sendo negociados em empréstimo a distribuidoras para cobrir os gastos extras com compra de eletricidade no mercado de curto prazo. No setor, destaque para Light (LIGT3, R$ 22,75, +2,57%), Eletropaulo (ELPL4, R$ 11,44, +3,62%), Cemig (CMIG4, R$ 19,92, +2,05%) e Copel (CPLE6, R$ 38,59, +1,69%).

Aliansce (ALSC3, R$ 20,00, +3,63%)
Aliansce divulgou ontem a prévia operacional do 2º trimestre de 2014. Impulsionada pelo crescimento orgânico e inauguração de novos shoppings, as vendas totais da empresa subiram 22,4%, ante mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 1,9 bilhão. Já as vendas mesmas lojas e mesmas áreas apresentaram crescimento de 9,0% e 9,7% respectivamente, enquanto os aluguéis foram reajustados em média 8,6% e sua taxa de ocupação teve ligeira queda, de 97,4% no 1º trimestre para 97,1%. 

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“Os resultados foram satisfatórios e a forte performance de vendas transparece uma boa assertividade da empresa, que vem buscando focar e trabalhar melhor suas atividades core de shoppings”, diz a equipe de analise da Concórdia.

Estatais e bancos 
Depois de mirarem a nona alta consecutiva nesta manhã, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 19,48, +0,05%PETR4, R$ 21,05, +0,72%) fecharam em alta nesta terça-feira (22). Os papéis da Eletrobras (ELET3, R$ 6,84, -1,58%ELET6, R$ 11,35, -0,87%) fecharam em queda após a companhia informar ontem que seu conselho de administração aprovou a captação de R$ 6,5 bilhões, em até três parcelas, a serem aplicados no plano de negócios 2014-2018 da companhia, este último aprovado em março.

Para o valor anunciado, “a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, ofereceram propostas firmes para concessão de R$ 2,5 bilhões e R$ 4,0 bilhões, respectivamente”, comunicou a empresa. Hoje cedo, uma expectativa pela divulgação da pesquisa eleitoral Ibope ajudou a puxar esses papéis, depois de Datafolha e Sensus apontarem para um empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.

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O único que não segue o padrão é o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 29,08, +0,69%), que estende a alta de ontem, em meio a notícia de que a PGR reviu as contas que os bancos deveriam pagar de R$ 441 bilhões para R$ 21 bilhões. Porém a decisão da procuradoria não teve tamanha repercussão quanto nas ações do Banco do Brasil, fazendo com que os bancos também demonstrassem aguardo pela divulgação do Ibope e as ações do Bradesco (BBDC3, R$ 36,48, -0,05%; BBDC4, R$ 35,18, -0,34%) e do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,37, -0,20%) fecharam próximas da estabilidade. De acordo com relatório do Goldman Sachs, a revisão da PGR “foi uma pequena vitória para os bancos, mas a revisão não garante uma decisão da suprema corte em nenhuma direção, apenas dá melhores informações para a corte tomar uma decisão”.

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 109,00, +0,46%)
O Pão de Açúcar teve hoje sua recomendação elevada pelo Brasil Plural para overweight (desempenho acima da média), citando que a ação é um player defensivo em meio ao cenário macroeconômico de incertezas. O preço-alvo para o final de 2015 é de R$ 132 por ação. 

Ser Educacional (SEER3, R$ 24,95, +3,53%)
As ações da Ser Educacional refletiram hoje a aquisição pela empresa de 100% das cotas do Centro Educacional e Desportivo Fase, mantenedora da Faculdade Santa Emília (Fase), localizada na cidade de Olinda, Pernambuco. O valor da compra é de R$ 9,7 milhões, do qual serão deduzidos dívidas líquidas e ainda um valor a ser retido como garantia a eventuais contingências por um prazo de 5 anos. Segundo a empresa, a aquisição está em linha com a estratégia do Grupo Ser Educacional, em consolidar-se como uma instituição líder na região Nordeste, fortalecendo seu posicionamento na região metropolitana do Recife. 

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Vale (VALE3, R$ 31,87, +0,98%; VALE5, R$ 28,54, +0,96%)
As ações da Vale subiram hoje em meio à perspectiva de mais estímulos na China, principal destina das exportações da mineradora. No embalo, os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 22,41, +1,45%), holding que detém participação na Vale, também registram ganhos. 

Usiminas (USIM5, R$ 8,12, -2,17%)
Ficando na segunda posição das maiores perdas do Ibovespa, as ações da Usiminas fecharam esta sessão em sua quarta queda consecutiva; em 7 dias os papéis USIM5 já perderam pouco mais de 9%. No ano, acumulam desvalorização de 42,93%.  

Fibria, Suzano e Klabin
As ações das empresas do setor de papel e celulose estenderam as perdas de ontem e figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa: Fibria (FIBR3, R$ 20,91, -1,32%), Suzano (SUZB5, R$ 8,21, -1,08%) e Klabin (KLBN11, R$ 11,40, -1,13%). No caso da Fibria, o Bank of America Merrill Lynch cortou a recomendação das ações de compra para neutra. 

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