Diretores da Vale (VALE3) estão otimistas para 2024 e veem “alcance de objetivos”

Companhia enxerga volumes tocando topo de metas colocadas no guidance e custos reduzindo a partir do terceiro trimestre

Vitor Azevedo

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Diretores da Vale (VALE3) realizaram no fim da manhã desta sexta-feira (26) uma teleconferência com analistas, após a publicação do resultado do segundo trimestre de 2024. Como destaque, ficou o tom otimista da companhia para o fim de 2024 — mesmo com o período de abril a junho “não saltando aos olhos”

Apesar de o lucro ter batido o consenso (com ajuda de fatores não recorrentes) e os dividendos terem surpreendido, analistas destacaram que o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi dentro do esperado e viram os custos da companhia como algo levemente negativo. 

Do lado positivo do operacional, os maiores volumes produzidos e vendidos na base anual foram destaque. Nesse ponto, os diretores da Vale reforçaram que enxergam a companhia cumprindo o guidance e reforçaram certo otimismo com o terceiro trimestre, sazonalmente o melhor para a companhia. 

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Volumes e custos

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse enxergar a mineradora no caminho de atingir o “topo das metas para produção em minério de ferro em 2024″, próximo das 320 milhões de toneladas. “Eu gostaria de destacar que nossas vendas refletem a nossa forte performance. O resultado do primeiro semestre reforça a nossa confiança e o compromisso de atingir o topo das metas de nosso guidance para 2024”, falou.

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Nessa frente, o avanço dos volumes deve ajudar a companhia a reduzir o seu custo de caixa (C1) pelo lado da diluição. Esse número, como já mencionado, foi um dos pontos do balanço avaliados como mais negativos por especialistas. Segundo os diretores, em junho, o C1 já havia recuado para US$ 22, contra US$ 24,9 em média no segundo tri.

“Estamos confiantes em entregar um desempenho forte no segundo semestre e com custos dentro do guidance”, falou o CFO Gustavo Pimenta. A Vale tem o guidance de custo C1 no ano entre US$ 21,50 e US$ 23.

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“Nossa capacidade de aumentar volume com capital baixo ajuda, mas nos últimos dois anos temos olhado nossa base de custo de forma estrutural e implementando iniciativas. Novas tecnologias, revisitação de processos, implementando manutenção preventiva ao invés das corretivas”, disse o diretor financeiro. 

Vale de olho na demanda

Já do lado da demanda, apesar do enfraquecimento do setor imobiliário na China, a Vale enxerga que o país asiático deve manter a sua compra estável neste ano e no próximo, com ajuda das obras de infraestrutura e de manufatura (como, por exemplo, de veículos). A Vale também considera que a demanda de outras regiões, como Sudeste da Ásia, Índia, Oriente Médio, está crescendo bem.

Fora isso, a visão da mineradora é que, mesmo se houver um recuo mais forte da demanda, os preços não têm muito espaço para cair. Se a tonelada do minério for abaixo dos US$ 100, para eles, alguns produtores devem pausar suas operações pelo preço não compensar.

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Porém, houve também certa cautela. Pimenta expôs, por exemplo, que a distribuição de dividendos extraordinários dependerá de como os preços ficarão no segundo trimestre.

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Fora isso, a mineradora também diz que uma distribuição “extra” depende também das discussões com autoridades sobre Mariana, sendo que pode desembolsar mais dinheiro para as compensações pela tragédia, ocorrida em 2015 com rompimento de barragem. “Continuamos otimistas sobre a nossa capacidade e a possibilidade de liquidar o acordo. Todas as partes estão muito engajadas. Devemos, na nossa visão, chegar a algo nos próximos meses”, expôs Pimenta.