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SÃO PAULO – Para os sindicatos, a desoneração da folha salarial das empresas não fortalecerá a competitividade da indústria nacional. Deixar a indústria mais competitiva foi um dos objetivos das medidas de desoneração da folha divulgadas em maio pelo governo, como parte do Plano Brasil Maior. O assunto foi debatido na última terça-feira durante a audiência promovida pela CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa) no Senado Federal.
O presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Álvaro Sólon de França, observou que os salários pagos no Brasil são mais baixos que nos países desenvolvidos. Isso, segundo ele, faria que a folha de pagamento das empresas tenha pouco peso sobre o preço dos produtos, na comparação com os países industrializados.
Já o supervisor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clóvis Roberto Scherer, disse que o câmbio, os juros e deficiências de infraestrutura comprometem a competitividade das empresas brasileiras.
Sistema tributário
Para os participantes, eliminar as distorções existentes no sistema tributário seria mais efetivo para aquecer a economia.
O secretário-geral da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Francisco Canindé, explica que exemplos como donos de lanchas e helicópteros não são tributados como os proprietários de carros, obrigados a pagar o IPVA, enquanto o assalariado tem seu imposto retido na fonte e os consumidores são tributados no momento da compra de qualquer produto.
Margens de lucros
Os convidados afirmaram que desonerar a folha de pagamentos também não resultaria na geração de mais empregos. Em vez disso, a medida permitirá a restauração das margens de lucro do setor industrial.
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O presidente da Anfip ainda observou que a ampliação das margens de rentabilidade vai permitir que as empresas transnacionais ampliem suas remessas de lucro para o exterior, como estão fazendo as montadoras de automóveis, para tirar as “matrizes do vermelho”.