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(Bloomberg) — Ao contrário da tendência de longo prazo, as bolsas europeias mostram melhor desempenho do que mercados dos Estados Unidos na etapa mais recente da recuperação.
Impulsionadas pelo forte desempenho de ações cíclicas em meio às apostas de rápida retomada econômica e após a série de planos de estímulo, o índice Stoxx Europe 600 Index acumula alta de 12% desde meados de maio contra ganho de 9% do S&P 500.
A diferença é ainda mais acentuada quando a comparação é feita com o índice DAX da Alemanha, que tem grande peso de montadoras e ações industriais. O índice de referência, que inclui dividendos, tem valorização de 19% no período, mais do que o dobro do ganho do indicador dos EUA. Outros mercados da zona do euro também mostram força: o CAC 40 da França tem alta acumulada de 17%, e o FTSE MIB da Itália sobe 16%.
Embora a recuperação das bolsas tenha dado uma pausa no início de maio com dados econômicos e corporativos pessimistas, bem como devido à escalada das tensões EUA-China, o dinamismo retornou nas últimas semanas em meio à reabertura das economias em países europeus.
Segundo estrategistas do Barclays liderados por Emmanuel Cau, a rotação para valor e retardatários cíclicos, e para a Europa, deve ser apoiada pelo avanço dos indicadores dos gerentes de compras, estabilização do rendimento dos títulos e dólar mais fraco, disseram.
Ações de montadoras, seguradoras e de empresas de viagens e lazer, que haviam ficado para trás no início da recuperação na Europa, registram alta de 20% ou mais desde 14 de maio. Bancos e mineradoras também mostram desempenho superior.
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Algumas ações que foram duramente atingidas durante a onda vendedora iniciada no final de fevereiro também têm forte recuperação: os papéis da operadora de shoppings europeia Hammerson, que atingiu mínima histórica em meio ao impacto da pandemia, subiram 175% desde 14 de maio, enquanto as ações da empresa de turismo TUI deram um salto de 89%.
Esse movimento impulsionou o desempenho relativo da Europa, que tem ficado atrás dos EUA nos últimos quatro anos, apesar de repetidas recomendações otimistas de estrategistas. No entanto, as bolsas europeias ainda registram perdas no acumulado do ano: o índice Stoxx 600 tem queda de 12% desde janeiro contra baixa de 3,3% do S&P 500 no período.