Desconto de ações dos emergentes bate 33%; WSJ pergunta se é hora de comprar

De acordo com analistas, pregões voláteis são esperados para os próximos dias e isso pode intensificar os potenciais ganhos dos investidores

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após as recentes turbulências geradas nos mercados emergentes em meio aos sinais cada vez mais claros de desaceleração da China – maior economia do grupo – e o corte gradual nos estímulos monetários do Federal Reserve nos Estados Unidos, uma dúvida começa a pipocar na cabeça dos investidores: as ações dos países em desenvolvimento estariam excessivamente depreciadas? Desde o começo do ano, o índice MSCI – principal usado para mesurar os resultados dos emergentes no mercado – recuou 6,7%, com investidores temerosos por perdas maiores em fuga em massa.

Em matéria publicada nesta terça-feira (11), o Wall Street Journal revela que o desconto das ações dos emergentes em comparação com seus pares em economias em desenvolvimento chegou a 33% em janeiro – o maior número desde maio de 2005 e um possível indício de que o pior pode ter passado e boas oportunidades surgiram no horizonte.

Para a equipe de gestores da Pictet Asset Management, este pode ser um bom momento para se expor às empresas de países como os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Simplificando, esperamos uma aceleração no crescimento global e um abrandamento na orientação política americana para criar as condições para os ativos emergentes mostrarem desempenho acima do de seus pares nos próximos meses”, afirmaram os especialistas em relatório citado pelo WSJ.

Apesar de alguns indícios de que a tempestade pode ter passado, muitos investidores seguem mostrando comportamento atônito, evidenciando os temores por prejuízos maiores. Na última semana, destaca o periódico americano, investidores retiraram US$ 6,4 bilhões dos fundos de ações voltados para mercados emergentes. No ano, o êxodo das bolsas das economias em desenvolvimento foi ainda maior: um total de US$ 18,6 bilhões, 20% superior a todo o saldo de saídas e entradas visto em 2013.

Os analistas do mercado ainda ressaltam que, se o histórico recente for levado em consideração, pregões voláteis são muito esperados em um momento como esse. Eles ressaltam que tal movimento pode ampliar ainda mais as oportunidades de ganhos nos invesimentos.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.