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SÃO PAULO – Desde o começo deste mês, as ações preferenciais e ordinárias da Usiminas (USIM3, USIM5) tiveram trajetórias bastante distintas: os papéis PN registram queda de 1,96%, ao passo que os ON marcam avanço superior a 15,81% no mesmo período.
É natural para o investidor que esse movimento tão distinto entre os dois papéis da empresa gere algumas dúvidas: o prêmio das ações ordinárias é justo? O mercado vai corrigir essa diferença? Quais expectativas estão por trás dessa trajetória das cotações? É apropriado operar em cima dessas expectativas?
Descolamento entre ON e PN deve acabar
Para os analistas do HSBC, não há razão para o alto descolamento entre as ações PN e as ações ON. Lembrando que o prêmio cobrado pelas ações ordinárias atualmente é de cerca de 38% – maior patamar registrado -, os analistas afirmam que “ dada a nossa crença de que no curto prazo, a Usiminas não é uma candidata a aquisição, nós achamos isso [prêmio das ações ON] injustificado”.
Não perca a oportunidade!
A expectativa dos analistas do HSBC é de que “esse prêmio deverá se comprimir de volta para níveis normais assim que ficar mais evidente que a CSN não vai juntar-se ao grupo de controle no curto prazo”.
CSN aumentou sua participação na Usiminas
No último dia 27, a CSN (CSNA3) elevou sua participação no capital votante da Usiminas de 4,99% para 5,03% e, segundo o comunicado divulgado na ocasião, estudava adquirir uma fatia ainda maior da empresa.
De modo geral, os analistas do mercado avaliaram que a operação feita pela CSN sinalizava o interesse desta última num bloco de controle da Usiminas. À época, a analista Daniella Maia, da Ativa Corretora, lembrou em relatório que rumores apontavam para uma possível saída da Camargo Corrêa e da Votorantim, detentoras de cerca de 26% das ações ON da Usiminas.
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Desta forma, a CSN teria espaço para uma possível fusão com a Usiminas. Indo em direção contrária a estes rumores, aparece o fato de que o atual acordo de acionistas da Usiminas fornece o direito de preferência para os demais membros do controle e o possível interesse da siderúrgica japonesa Nippon Steel, maior acionista da empresa, nos ativos da siderúrgica mineira.
Presença dos rumores
Já a visão de Marcelo Varejão, da Socopa, é mais conservadora. O analista concorda que os rumores indicando para um possível aumento da participação da CSN no grupo controlador da Usiminas é o fator responsável pelo descolamento entre a cotação das ações ON e PN desta última.
Entretanto, Varejão avalia que enquanto existirem os rumores dando conta desse possível aumento de participação da CSN, a cotação das ações da Usiminas deve seguir descolada e o mercado não deverá realizar um movimento de correção nesses papéis.
O analista Max Bueno, da corretora Spinelli, também justifica a trajetória recente das ações da Usiminas aos rumores da possível aquisição por parte da CSN. Na avaliação dele, é possível que o negócio seja feito, mas considerando o risco associado, o investidor não deveria operar baseado nessas expectativas.