Desaceleração na criação de empregos nos EUA pode justificar novos estímulos

Fed pode anunciar um novo Quantative Easing por volta de junho se ritmo não melhorar, afirma o Société Générale

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Novos estímulos para a economia norte-americana podem ser anunciados por volta de junho, afirma o Société Générale. De acordo com a economista Aneta Markowska, do banco francês, a desaceleração do ritmo de criação de empregos nos Estados Unidos pode indicar que a economia não está entrando em uma nova fase de crescimento, o que justificaria um novo programa Quantative Easing.

O Federal Reserve já comprou mais de US$ 2 trilhões em títulos de dívida norte-americanos e outros ativos para estimular a economia do país após a crise de 2008, e o mercado especula que novas compras podem ser realizadas. “Acredito que em junho o Fed deve ter evidência o suficiente para justificar mais compras”, afirma Aneta. 

Números desapontam
De acordo com a economista do banco francês, os números do relatório de emprego, divulgado na sexta-feira (6), são um bom exemplo de dados que justificariam esses números. Com 120 mil empregos criados em março, a economia norte-americana teve seu pior ritmo nos últimos cinco meses, desapontando o mercado. Aneta lembra que a queda na taxa de desemprego, para 8,2%, aconteceu somente por conta da queda na taxa de participação da população da economia. “Ainda há um patamar de estabilidade, em contraste com as medidas para atingir o desemprego, que não melhoraram a situação”, aponta Aneta.

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Muito dessa desaceleração ocorreu no setor de serviços, que criou somente 90 mil empregos. “Os economistas do Fed e do setor privado estão percebendo números divergentes, conforme emprego e PIB (Produto Interno Bruto) foram para níveis separados”, afirma Aneta. Para ela, se a economia continuar neste ritmo, muito provavelmente a taxa de desemprego se manterá estável nos próximos meses.