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Mesmo com os desafios macroeconômicos e geopolíticos, Luiza Aguiar, analista ESG da XP, afirmou durante o programa Morning Call da XP, nesta sexta-feira (6), que a agenda ESG demonstrou resiliência em 2024.
“As temáticas ESG são de longo prazo. Acreditamos que os investidores estão cada vez mais associando os temas da agenda a novas oportunidades de investimento”, analisou.
Tendências
Para 2025, as principais tendências em ESG incluem a continuidade do foco em energias renováveis, segundo ela. “Em 2024, vimos que os novos investimentos em renováveis já ultrapassaram os investimentos em fósseis, principalmente impulsionados pela China”, explicou.
Outro ponto importante da agenda ESG para o próximo ano é o avanço da inteligência artificial e a crescente demanda por energia para abastecer os datacenters.
“Ao mesmo tempo em que a inteligência artificial traz oportunidades para encontrar soluções de combate às mudanças climáticas, ela, por outro lado, apresenta um desafio do ponto de vista ambiental, principalmente devido ao aumento da demanda por energia”, disse.
A necessidade de suprir os datacenters responsáveis por processar a inteligência artificial deve fazer com que esse segmento represente, em 2030, 12% do consumo de energia nos EUA — atualmente, já é de 4%. A analista acrescenta que as big techs têm apresentado planos ambiciosos para adotar energia limpa, inclusive com projetos no Brasil.
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COP 30
Luiza Aguiar destacou ainda a realização da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em Belém (PA). Esta é a primeira vez que o Brasil sediará o evento. A analista avalia que o país tem a chance de exercer um papel central na questão e destaca que desmatamento e biodiversidade devem ser os temas principais das discussões no encontro.
Outro item importante da pauta ESG para o próximo ano é a governança corporativa. “Não é um tema novo para os investidores, mas tem ganhado destaque na análise de investimentos. No Brasil, carecemos de uma cultura de ativismo por parte dos investidores, mas estamos vendo isso mudar gradualmente”, afirmou. A cultura de ativismo à qual ela se refere envolve uma participação mais ativa nas empresas investidas, incluindo o engajamento nas assembleias de acionistas.
Ela lembra que 2025 é a metade do caminho para alcançar as metas de redução de emissões estabelecidas para 2030. “Estamos chegando à metade de uma década decisiva. As empresas vão precisar mostrar o que fizeram até então”, ressaltou.