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O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP), Eberaldo Almeida, disse na sexta-feira, 10, que a defasagem dos preços do diesel e da gasolina praticados pela Petrobras (PETR3;PETR4) está entre 17% e 18% abaixo das cotações internacionais.
“[Uma defasagem de] 17% já é significativa. Se isso perdurar, vai levar a distorções porque um importador não vai importar mais caro para vender mais barato aqui”, afirmou Almeida a jornalistas na saída do 16º Fórum IBEF de óleo, gás e energia, em hotel da zona Sul do Rio de Janeiro.
Hoje, três quartos do diesel consumido no Brasil é fornecido pela Petrobras e o restante é importado pela própria estatal e pelas 3 grandes distribuidoras do país: a Ipiranga, que faz parte do Grupo Ultra (UGPA3); a Raízen (RAIZ4), joint venture da Cosan (CSAN3) com a petroleira holandesa Shell; e a Vibra (VBBR3, antiga BR Distribuidora).
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O presidente do IBP reiterou o risco de escassez “pontual” de combustível nos próximos meses, sobretudo diesel, se não houver respeito aos preços de mercado. “Praticar preços descolados dos mercado desincentiva a importação, da qual o Brasil depende para completar o suprimento do mercado interno, e aí vai começar a ter faltas pontuais de produto. Não vai ter falta generalizada, mas você pode ter faltas pontuais, por questões da própria logística”.
Risco no 2º semestre
Ele diz que as distribuidoras atendem a certas áreas do Brasil a partir de fontes determinadas, então pode haver desabastecimento se uma dessas fontes secar por questões de preço. “O caso do diesel eu vejo como mais crítico, porque temos uma combinação complicada: normalmente no segundo semestre há uma demanda maior que no primeiro, no Brasil e nos Estados Unidos”.
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Almeida lista a colheita da soja, as férias de verão do hemisfério norte (quando o consumo de diesel e gasolina em carros aumenta em função das viagens) e a temporada de furacões, que ameaçam parques de refino e transporte de cargas. “O mercado fica muito curto, e qualquer coisinha, uma parada de refinaria por algum problema, já gera falta de produto”.
Ainda assim, ele diz que o problema seria pontual e passageiro. O presidente do IBP destacou que o Brasil, diferente de outros países, como a Argentina, não interveio diretamente nos preços das refinarias e tenta reduzie o preço para o consumidor por meio da redução de tributos — o que é bom sinal ao investidor privado.
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