Debate para escolha de novo presidente da Vale já começou na empresa, diz jornal

Uma das competências envolve ter a capacidade de se relacionar com o "novo ambiente político", de acordo com O Globo

Equipe InfoMoney

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Embora o mandato do atual presidente da Vale (VALE3), Eduardo Bartolomeo, só termine em maio do ano que vem, as discussões dentro do Conselho de Administração da mineradora sobre a troca já começaram, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Os conselheiros estão definindo primeiramente as competências mais desejadas — sendo que uma delas é a capacidade de se relacionar com o “novo ambiente político”, conforme apontou uma fonte ouvida pelo jornal.

Nos bastidores, o Governo Federal trabalha para colocar um forte aliado na presidência da companhia. O candidato favorito é o ex-ministro Guido Mantega, mas ainda não há confirmação sobre o andamento das negociações.

A notícia sobre a possível entrada de Mantega no comando da Vale chegou a abalar os papéis da mineradora no começo de agosto — quando começaram os primeiros rumores sobre o tema.

Lucro cai 36%, mas supera expectativas do mercado

O ano tem sido mais difícil para a Vale. A companhia registrou lucro de US$ 2,836 bilhões de forma líquida (atribuível aos acionistas) no terceiro trimestre de 2023. Um ano antes, o lucro havia sido de US$ 4,455 bilhões. A queda anual, portanto, foi de 36%. Já em relação ao segundo trimestre deste ano, houve uma alta de 218%.

O desempenho, porém, veio acima da projeção dos analistas consultados pela Lseg, antiga Refinitiv, que era de US$ 2,55 bilhões. O anúncio dos números ocorreu na última quinta-feira (26).

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou US$ 4,177 bilhões, uma alta de quase 14% na comparação anual, enquanto frente ao 2º trimestre avançou 7,8%.

No entanto, a cifra ficou abaixo da prevista pelo consenso, que era de US$ 4,724 bilhões. O resultado líquido foi impactado, principalmente, pela piora do resultado financeiro.

A margem Ebitda ajustada ficou em 39%, acima da registrada um ano antes, de 37%, mas inferior na comparação com o segundo trimestre deste ano, de 40%.

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O Ebitda pro-forma, por sua vez, atingiu US$ 4,482 bilhões, ante US$ 4,002 bilhões do mesmo período do ano passado, representando um incremento de quase 12%. Frente ao segundo trimestre, o Ebitda subiu 8,13%.

Recompra de ações e proventos de mais de R$ 10 bi

A divulgação dos números do balanço também foi acompanhada pelo anúncio de que a empresa distribuirá dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), que superam a casa dos R$ 10 bilhões, além da criação de um novo programa de recompra de ações ordinárias.

O valor bruto aprovado pelo Conselho de Administração foi de R$ 2,33, sendo R$ 1,57 de dividendos e R$ 0,77 de JCP, totalizando cerca de R$ 10,6 bilhões. Considerando o critério de ações outstanding, que exclui as mantidas pela empresa em tesouraria, a soma é de aproximadamente R$ 10,1 bilhões.

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Os proventos são, segundo a Vale, referentes a uma antecipação da destinação do resultado do exercício de 2023, e o pagamento ocorrerá no 1º de dezembro.

Neste ano, a empresa já desembolsou cerca de R$ 9,5 bilhões com os proventos pagos no primeiro trimestre e R$ 26 milhões no segundo, segundo cálculos do consultor independente Einar Rivero.

A companhia também anunciou novo programa de recompra, que prevê a aquisição de até 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs, representando cerca de 3,5% do número de ações em circulação, conforme a posição acionária atual.

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O prazo de vigência do novo programa é de 18 meses, com início a partir do encerramento do programa vigente, que se dará em 27 de outubro de 2023 por expiração do prazo e com a aquisição acumulada de 360.324.179 de ações, as quais serão objeto de futuro cancelamento.