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Da feira à Bolsa: Conheça história do trader que não se abalou após perda de US$ 700

Guilherme Pianco conta as agruras que viveu até se dedicar 100% ao mercado financeiro

Bruno Nadai

Conteúdo XP

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Entre caixotes e bancas da feira, Guilherme Pianco encontrava tempo para estudar o mercado financeiro. Ele lembra um episódio marcante em que, enquanto trabalhava vendendo brócolis, deixou o celular sobre um caixote para acompanhar a divulgação do Payroll (relatório de empregos dos EUA).

Ele realizou uma operação de compra, acreditando que finalmente iria ganhar dinheiro, mas acabou perdendo US$ 700 – pela cotação atual, pouco mais de R$ 4 mil. O impacto foi tão grande que ele ficou afônico, a ponto de as pessoas ao redor perguntarem se ele estava bem.

Apesar das dificuldades iniciais, ele viu no day trade uma alternativa para transformar sua realidade. “Eu nunca gostei de trabalhar na feira. É uma atividade que admiro muito, que me deu sustento, mas eu não gostava porque achava muito trabalho para pouco retorno”, afirma.

Guilherme Pianco participou do episódio 227 do GainCast e compartilhou sua história de superação e persistência, demonstrando que o sucesso no mercado financeiro não é privilégio, mas sim o resultado de foco, disciplina e determinação.

Liberdade financeira

Guilherme Pianco atualmente se dedica exclusivamente ao day trade. De uma família de feirantes, ele decidiu mudar o rumo de sua vida ao buscar uma carreira que oferecesse maior liberdade e retorno financeiro.

“Eu só vivo de day trade, não tenho nenhum outro tipo de renda. Eu até gostaria de ter, mas não consigo”, afirma.

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Depois de muitas tentativas frustradas no Forex (mercado global de câmbio), Guilherme migrou para o mercado brasileiro, influenciado por um tio que também operava. “Ele me mostrou que no Brasil ele não olhava só o gráfico, mas os players no mercado. Aquilo me interessou”, conta. Foi ali que migrou para a B3.

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Experiência na corretora

Uma virada importante na trajetória do trader foi a decisão de operar em um escritório ao lado de traders experientes, incluindo seu tio. “Meu tio viu que eu realmente queria aquilo e falou: ‘Fala com o meu assessor aqui. Tem uma cadeira para você, senta do meu lado e, se é isso mesmo que você quer, vamos trabalhar’.

Na época, eu tinha que pagar R$1.500 para ter uma cadeira, porque era corretagem mais o Profit”, relembra. Mesmo enfrentando resistência de amigos e familiares, ele decidiu seguir em frente.

“Quando falei isso para o pessoal da minha família e para a minha namorada na época, todo mundo falou: ‘Você é louco! Vai pagar para trabalhar? Você quer dinheiro fácil. Mas eu falei: ‘Vou colocar esses R$1.500,00 aqui e, por pelo menos um mês, vou tentar. Se não der, volto para a feira’”, relatou.

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No primeiro mês, Guilherme ganhou apenas R$ 18,00, mas viu isso como um sinal de progresso. “Eu paguei os R$ 280,00 do Profit e sobrou R$18,00. Fiquei feliz porque eu ganhei alguma coisa. Já no segundo mês, paguei os R$1.500,00 e consegui fechar o mês no positivo com R$30,00. Foi um começo difícil, mas percebi que era possível sobreviver”, afirma.

O primeiro grande ganho

Mesmo com uma rotina exaustiva, dividindo-se entre a feira e o mercado, Guilherme persistiu até alcançar consistência. “Lembro de um dia que ganhei R$ 1.700 em 10 segundos. Pensei: ‘Isso equivale a 17 dias de trabalho na feira’. Foi ali que percebi que estava no caminho certo”, destaca.

A estabilidade financeira veio com o tempo. “Demorou pelo menos dois anos. O que pagava minhas contas ainda era a feira. Mas quando comecei a ganhar cinco vezes mais no mercado do que na feira, passei a levar isso como profissão”, pontua.

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Rotina de um trader

Hoje, Guilherme opera principalmente no período da manhã. “Antigamente, eu ia até as 6 da tarde, mas percebi que a chance de devolver o que ganhei era gigante. Hoje, faço meu número, e meio-dia já vou almoçar com a minha esposa”, diz.

Mesmo após alcançar a consistência, Guilherme reconhece os desafios emocionais da profissão. “Todos têm dias de fúria. Já devolvi seis meses de ganhos em um único dia”, recorda. Mas para ele isso faz parte do processo de aprendizado, já que hoje ele encara o mercado com mais maturidade.

Ele também destaca a importância de lidar com perdas: “Nos dias de perda, não quero ver ninguém. É difícil engolir, mas você precisa tratar todo mundo normalmente. Não adianta ficar tentando recuperar o prejuízo, porque a chance de fazer besteira é grande”.

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