De falências até blue chips, veja os maiores micos da bolsa em 2012

Empresas como Mundial, Pet Manguinhos, OGX, HRT e Eletrobras apareceram como más apostas para os investidores; Facebook foi o destaque negativo internacional

Lara Rizério

Young businessman looking at his declining share. Bad business, economy in recession!
Young businessman looking at his declining share. Bad business, economy in recession!

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SÃO PAULO – O ano de 2012 foi bastante movimentado para aqueles que detinham ações de algumas empresas que acabaram se tornando “micos”. Dentre elas, estiveram papéis de empresas que decretaram falência ou foram liquidadas até grandes companhias que sofreram com alto endividamento ou com uma produção bem abaixo da esperado pelo mercado.

Veja abaixo as ações que mais se destacaram – mesmo que negativamente – e que viraram notícia no ano que está acabando:

1. Mundial: estendendo as perdas de 2011
O caso da companhia de alicates é um dos mais emblemáticos de todos. Após ter chegado a subir em 2011 cerca de 3.000% entre fevereiro e junho e depois enfrentar fortes e sucessivas quedas em meio ao escândalo da ”bolha do alicate”, a Mundial teve um 2012 também para se esquecer na bolsa. Os papéis MNDL3 registraram forte baixa de 62,79% no acumulado do ano, em continuidade ao movimento observado no ano anterior e impulsionado ainda pelo julgamento do caso de uso de informação privilegiada e manipulação das ações. 

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No final de novembro, o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul denunciou dez pessoas pelos crimes de formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo duas dessas pessoas acusadas também de “insider trading” – uso de informação privilegiada.

MNDL3 em 2012: -62,79%

2. Pet Manguinhos: de desapropriação à decretação de falência 
Em outubro, os papéis da Pet Manguinhos (RPMG3RPMG4) começaram a decorrada, após o governo do Rio de Janeiro desapropriar a companhia com a pretensão de construir na área um projeto habitacional para a população de baixa renda. Em meio às discussões, a Pet Manguinhos chegou a oferecer 20% de sua área total ao governo fluminense, proposta esta rejeitada. Neste período, as ações da companhia chegaram a ficar fora de negociação dentre os pregões de 11 a 23 de outubro. 

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No dia 15 de outubro, a Pet Manguinhos conseguiu a suspensão da negociação de seus papéis na Bovespa por conta da notícia de que o governo do Rio de Janeiro desapropriou a área de atuação da refinaria com o intuito de recuperar o bairro. A desapropriação da área foi confirmada no dia seguinte, com o decreto publicado pelo governo do estado. As ações ficaram suspensas até o dia 23. No pregão, os papéis ordinários da companhia despencaram 67,86%, passando de R$ 0,84 para R$ 0,27. Já os ativos PN pularam de R$ 0,66 para R$ 0,20 – variação negativa de 69,70%.

Em dezembro, a volatilidade dos papéis continuaram, em meio à  demissão de 250 funcionários da companhia e ao pedido de falência da companhia, registrado na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Em comunicado, a Pet Manguinhos afirmou que a requisição movida pela Real SRR Publicidade ocorre por conta de uma ação execução no valor de R$ 76,99 mil.

RPMG3 em 2012: -81,48%; RPMG4 em 2012: -75,00%

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3. Lupatech : alto endividamento guiou queda dos papéis 
O alto endividamento da companhia e a sua forte dependência da Petrobras (PETR3;PETR4) fez com que as ações da Lupatech também se tornassem um “mico” para os investidores, ao acumularem baixa de 57,30% no ano. O papel LUPA3 chegou a registrar sucessivas quedas semanais no ano, chegando a dez semanas consecutivas de desvalorização. 

Novamente, voltou à tona o mesmo problema do ano anterior: a dificuldade em pagar as dívidas que estariam vencendo fizeram com que a empresa registrasse uma situação bastante complicada. Neste sentido, a Standard & Poor’s reafirmasse o rating de crédito de emissor da Lupatech em “SD” (default seletivo, na sigla em inglês). “A reafirmação segue-se à postergação, pela 3ª vez, por parte da Lupatech, do pagamento dos juros anuais relativos à sua 2ª emissão privada de debêntures conversíveis em ações, que venceu inicialmente em 15 de abril de 2012. Desde o primeiro adiamento em abril deste ano, os pagamentos foram postergados em agosto e novembro. A empresa espera agora efetuar o pagamento em fevereiro de 2013”, escreveram em relatório os analistas da agência, Maria Renata Lotfi e Luciano Gremone.

A Petrobras é a principal cliente da Lupatech – responsável por 70% de todas as receitas – e vem pressionando os seus fornecedores, desde que Maria das Graças Foster assumiu a presidência da companhia. A tentativa de fazer a Petrobras uma empresa mais eficiente, de modo a conseguir cumprir a meta de investimentos e manter o posto de mais valiosa do Brasil, tem cobrado as suas fornecedoras, fechando o cerco contra a companhia. Nesta direção, o alto endividamento da companhia, realizado em 2008, quando as perspectivas era de um boom no setor do combustível fóssil – poucos meses antes da crise eclodir, vieram à tona e prejudicam o bom desempenho da economia.

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LUPA3 em 2012: -57,30%

4. Time for Fun: o show terminou?
A Time for Fun (SHOW3) é outra companhia que vê forte queda de suas ações no Ibovespa. No acumulado do ano, a baixa é de 32,47%, mas a queda observada de setembro até o último mês do ano evidenciam um cenário ainda mais negativo para os papéis. A companhia, que estreou na bolsa em abril de 2011, sofre com a maior concorrência, com a expansão da IMX, empresa de eventos originada da associação entre o megaempresário Eike Batista, além dos planos da WTorre, junto com a americana AEG, para realizar eventos. Aliado a isso, os grandes shows internacionais não deram o retorno esperado, trazendo um cenário mais nebuloso para o que pode vir nos eventos futuros da empresa.

Desde setembro, a companhia vem sofrendo com esses eventos indesejados vê, desde que a IMX fechou acordo com o Cirque du Soleil, uma queda de 57% em suas ações, passando de R$ 17,50 para R$ 7,50.  Para conter este movimento, em uma tentativa de concluir a enxurrada de más notícias, a produtora de eventos emitiu relatório, onde antecipa os resultados fracos que serão reportados neste trimestre, e explica suas causas.

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Logo após a empresa divulgar o comunicado, o Credit Suisse avaliou, por meio de relatório, que a empresa ainda possui uma forte posição de caixa, e, além disso, projeções de resultados mais favoráveis no próximo ano já podem servir de catalisador para as ações SHOW3. Entretanto, os analistas do banco reduziram o preço-alvo dos papéis. Este movimento foi acompanhado pelo BTG Pactual e pela Ágora Corretora, mas a recomendação para os papéis seguiu de compra.

SHOW3 em 2012: -32,47%

5. Viver: altamente endividada
Já a situação da Viver Incorporadora e Construtora (VIVR3) também está bastante delicada. As ações da companhia registram queda de 65,39%, aos R$ 0,64, em meio à deterioração na sua posição de liquidez, que viram suas perdas intensificadas em novembro.

Como forma de solucionar a delicada situação da companhia, a última reunião do conselho de administração da Viver, que ocorreu no último dia 5 de dezembro, tinha como uma das questões centrais discutir sobre a liquidez da empresa no curto prazo, porém nenhuma deliberação foi requerida em relação a este assunto. Desta forma, a companhia registrou m enfraquecimento do desempenho operacional e dos indicadores de crédito, fazendo com que as agências de classificação de risco Moody’s e Fitch rebaixassem o rating da empresa, entre outubro e novembro.

No ano passado, a companhia mudou o antigo nome Inpar para Viver. A mudança veio após a entrada da Paladin Realty Partners no controle acionário da empresa, e que atualmente possui 40% de seu capital. A partir desse momento, a empresa implementou um profundo processo de reestruturação financeira e organizacional. Entretanto, poucas coisas foram feitas até então.

VIVR3 em 2012: -65,39%

6. Telebras: apesar de ralis, forte queda no ano
Apesar do rali observado nos pregões em outubro – em que os seus papéis ordinários chegaram a subir 100% em cerca de dois dias devido ao anúncio de parceria com a TIM (TIMP3) – e em dezembro após o acionamento da fibra ótica, as ações preferenciais da Telebras (TELB4) acumulam queda de 54,06%, aos R$ 8,04, enquanto as ordinárias (TELB3) caem 66,61%, valendo R$ 12,69.

Mesmo com esses movimentos altamente violentos, a ação da estatal – única empresa do governo federal na BM&FBovespa a ver seu valor de mercado avançar no governo Dilma Rousseff – fecha com baixa bastante forte na bolsa neste ano. “Este é um papel sem liquidez nenhuma, e por isso é tão especulativo assim”, afirmou o analista da SLW Corretora, Pedro Galdi, em entrevista ao InfoMoney no início de dezembro. 

Ele destacou ainda o passado da Telebras – empresa que foi esvaziada no governo Fernando Henrique Cardoso, e fez com que a ação, que não parou de ser negociada, refletisse uma empresa “oca”, um papel que refletia apenas a especulação de que um dia a empresa fosse reativada.

E isso ocorreu, mas o cenário de incertezas sobre ela faz com que as negociações reflitam mais expectativas do que fatos reais. “O governo foi achando coisa para a empresa fazer, mas hoje o papel ainda está assim”, diz Galdi. Entretanto, há opiniões divergentes, como a do agente autonômo da Corval Corretora, Guilherme Canaan, ressaltando que há muitos investidores que acreditam na companhia no longo prazo. “Ela já é uma empresa, deixou der ser um esqueleto, e parte do mercado já a trata assim, embora outra parte não”, avalia o analista – acreditando que o papel deverá mostrar valorização conforme a situação da empresa ganhe melhor visibilidade.

TELB3 em 2012: -54,06%; TELB4 em 2012: -66,61%

7. HRT e OGX: sem cumprir promessas 
As ações das grandes empresas exploradoras de petróleo, o cenario não foi nada animador. Se, de um lado, os ativos da Petrobras foram prejudicadas pelo não reajuste dos preços dos combustíveis, por outro outras companhias sofreram com as descobertas abaixo do esperado de poços de petróleo, prejudicando o desempenho dos papéis. Neste caso, as duas empresas principais são a HRT Petróleo (HRTP3) e a OGX Petróleo (OGXP3). 

No caso da HRT, após o grande otimismo com a chegada da companhia na bolsa em 2010, o que desanimou foram as grandes incertezas e os poucos resultados entregues, levando diversas casas de análise, que se mostravam otimistas anteriormente, passaram a revisar as recomendações para os papéis da companhia. No começo de 2012, os papéis HRTP3 já anunciavam tempos difícieis para os acionistas. Em apenas dois dias, os papéis despencaram cerca de 33%, depois da petrolífera anunciar a conclusão do teste em um poço na bacia do Solimões, com uma produção abaixo do esperado e possivelmente não comercialmente viável. Isso levava, inclusive, analistas do Deutsche Bank a indicarem a compra das ações da empresa, já que elas estavam muito descontadas.

Em outubro, as ações da companhia respiraram, em meio à confirmação de uma parceria com a Petrobras e com a TNK-Brasil  para monetização da Bacia de Solimões. Entretanto, embora engatasse sucessivas altas no mês, elas não foram capazes de reverter as baixas experimentadas pelas ações até então, fazendo com que elas recuassem 59,07% em 2012, indo aos R$ 4,65.

Em movimento parecido, estiveram ainda as ações da OGX Petróleo, do megaempresário Eike Batista. Após a empresa anunciar, no final de junho, que a produção no campo de Tubarão Azul será muito abaixo da esperada, as ações da petrolífera despencaram nos pregões seguintes. Apenas no primeiro semestre, as ações sofreram um recuo de cerca de 59% apenas no primeiro semestre. 

Mesmo diminuindo as perdas observadas no segundo semestre, o cenário para a companhia não se mostrou mais positivo, fazendo com que a companhia acumulasse perdas de 68,28% no ano – a maior queda do Ibovespa no período. A perda de credibilidade da OGX fez com que as outras companhias registrassem baixas de suas ações, uma vez que os papéis da LLX Logística (LLXL3) e a MMX Mineração (MMXM3) registrassem fortes baixas, de 30,27% e 34,30%, respectivamente.

OGXP3 em 2012: -68,28%; HRTP3 em 2012: -59,07%

8. Cruzeiro do Sul: rombo e falência prejudicam acionistas
O caso do banco Cruzeiro do Sul foi um dos mais emblemáticos para os seus investidores, uma vez que as ações da instituição passaram de fortes quedas em meio às suspeitas de um rombo bilionário até fortes altas devido aos rumores de compradores interessados na companhia. Contudo, por não ter encontrado nenhum comprador, a liquidação financeira do Cruzeiro do Sul aconteceu, fazendo com que os acionistas fossem os mais prejudicados, uma vez que são os últimos a serem contemplados com a liquidação.

No começo de junho, os papéis da companhia tiveram forte volatilidade, em meio ao decreto do Banco Central para que ele intervisse no Cruzeiro do Sul, inicialmente por 180 dias. Posteriormente, a autoridade monetária brasileira indicou que a instituição estava sendo investigada desde 2011, devido à uma sinalização de anormalidade, com “maquiagem dos balanços” e a divulgação posterior de um rombo de R$ 3,1 bilhões. 

Após a volta das negociações da companhia, elas passaram de fortes quedas a expressivas altas, em meio a indicações de que BTG Pactual (BBTG11), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) estariam estudando comprar o banco. Contudo, nada disso de fato se concretizou, mas levaram a uma forte alta de 45% três dias antes do banco ser liquidado, o que gerou bastante descontentamento aos acionistas que seriam os últimos a receber.

Atualmente, o ex-presidente da instituição, Luís Octávio Índio da Costa, está em liberdade, após ter ficado cerca de um mês no cadeião de Pinheiros em meio às investigações sobre os crimes cometidos pelo Cruzeiro do Sul. Além de uma fraude de R$ 1,6 bilhão na carteira de crédito, o Cruzeiro do Sul tem um “passivo oculto” impossível de quantificar, de acordo com informações da Istoé Dinheiro. São multas da Receita Federal, que totalizam R$ 1,2 bilhão, mas que podem aumentar, por sonegação em empresas prestadoras de serviços ao banco.

CZRS4 em 2012: -81,89% até 13 de setembro (última dia de negócios na Bovespa)

9. Laep: mais um ano de baixas 
Mais uma vez, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da Laep Investiments (MILK11) tiveram forte queda, com baixa de 89,09%, aos R$ 0,48. No começo do ano, os papéis da companhia dispararam após a informação de que a companhia conseguiu se livrar de multas referentes à Parmalat no valor de R$ 1,4 bilhão. Ainda em fevereiro, a companhia anunciou um novo CEO (Chief Executive Officer), Luiz Cesar Fernandes.

Já em meados do ano, destaque para o grupamento das ações da companhia, classes A e B, na proporção de dez ações para uma. Após esse grupamento, a totalidade das ações passou de pouco mais de 416 milhões para aproximadamente 41 milhões. Já em meados do ano, a Laep anunciou que realizará uma oferta de aquisição de ações com a finalidade de fechar os papéis da companhia.

MILK11 em 2012: -89,09% 

10. Plascar: nem estímulos do governo ajudaram 
Em uma situação bastante similar à da Viver Incorporadora e da Lupatech, os papéis da Plascar (PLAS3) também registraram forte queda durante o ano de 2012, com baixa até o momento de 76,90%, aos R$ 0,43. Números ruins e a alta alavancagem impulsionaram a queda dos papéis durante o período.

Em meio ao alto endividamento, – a dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) alcança uma relação de 4,9 vezes, acima do tolerado por boa parte do mercado -, as preocupações do mercado eram de que a companhia não conseguisse cumprir os seus compromissos junto aos credores. Desta forma, nem as medidas anunciadas pelo governo durante o período para incentivar a indústria automobilística surtiram efeito.

Deste modo, em meio aos números ruins, o mercado segue com ceticismo em relação à companhia, devendo mostrar tendência de menor ceticismo somente após a Plascar voltar a mostrar resultados, de acordo com analistas.

11. Eletrobras: intervenção governamental levou à queda
As ações de empresas de energia sempre foram consideradas defensivas, dado a suas garantias de boas pagadoras de dividendos, fluxo de caixa estável e sem grandes volatilidades. Entretanto, o ano mostrou surpreendente para os papéis deste setor, uma vez que eles passaram a ter alta volatilidade em decorrência das intervenções do governo no mercado de energia, com o ajuste para baixo das tarifas de energia.

Os papéis mais afetados no período foram os da Eletrobras (ELET3, R$ 6,32, -61,42%; ELET6, R$ 10,44, -57,67%), sendo a segunda e terceira maior queda do Ibovespa em 2012. O estopim para os papéis se deu a partir de setembro, após o governo anunciar que realizaria cortes de 16,2% no preço de energia residencial e de 28% para o setor produtivo. O risco regulatório e a maneira como este corte seria feito foram um dos temores do mercado para fugir dos ativos do setor.

A definição dos valores de indenizações no começo de novembro para as companhias que quisessem renovar as concessões que venceriam entre 2015 e 2017 antecipadamente foram a grande decepção do mercado. O Ministério de Minas e Energia afirmou que pagaria cerca de R$ 20 bilhões às elétricas no total, bem abaixo do esperado. No caso da Eletrobras, esperava-se indenização de cerca de R$ 30 bilhões pelas concessões. Entretando, a resistência de grandes empresas em renovar as concessões fizeram o governo mudar de planos, atrapalhando assim os planos de redução das contas de energia. 

A Eletrobras atingiu patamares vistos pela última vez em 2004 – retrocedendo assim a ganhos acumulados nos últimos oito anos em apenas dois meses, fazendo com que o governo assegurasse que a companhia estatal não iria falir. Durante a teleconferência para falar dos números apresentados, o diretor de relações com investidores, Armando Casado de Araújo, disse que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa deveriam zerar no ano que vem caso os valores das concessões fossem confirmados.

ELET3 em 2012: -61,42%; ELET6 em 2012: -57,67%

Mico internacional: o Facebook
O mercado internacional também reservou espaço para surpresas negativas. Em maio, os investidores voltaram as suas atenções para o IPO do Facebook, em que a companhia preparava uma das maiores aberturas de capital do mundo: US$ 16 bilhões. Com a grande euforia dos investidores, cada uma das 421 milhões de ações foram precificadas no seu valor máximo: US$ 38. Os números impressionam, já que o valor de mercado de US$ 100 bilhões tornaram a empresa de Mark Zuckerberg mais bem avaliada que companhias como McDonald’s e Citigroup.

Mas se os dias anteriores ao IPO foram de euforia, a estreia das ações, em 18 de maio, foi de incertezas e polêmicas. Problemas técnicos fizeram com que a estreia das ações sofresse um atraso de 30 minutos, o que levou, alguns meses depois, a Nasdaq a compensar o Facebook em US$ 62 milhões. Naquele dia, as ações chegaram a disparar 10%, mas encerraram o pregão perto da estabilidade.

Após tanta polêmica e incertezas no mercado sobre o modelo de negócios da empresa, com diversas revisões pelas principais casas de análise, as ações da rede social não vinagaram. Na última sessão os papéis encerraram cotados a US$ 26,05, bem abaixo daqueles US$ 38,00 da estreia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.