Publicidade
SÃO PAULO – Ele não revolucionou apenas a música e a própria imagem ao longo dos 54 anos que separam a fundação da sua primeira banda e a sua morte. David Bowie também será lembrado por ter sido o criador de um novo instrumento financeiro: os bonds de celebridades lastreados em rentabilidade passada.
O ano era 1997 e David Robert Jones (o nome de batismo do cantor) queria comprar de volta suas músicas antigas cujos direitos estavam nas mãos do seu antigo empresário. Para levantar fundos, ele desenvolveu junto com o banqueiro David Pullman, os chamados “Bowie Bonds”, que nada mais eram do que a emissão de títulos da dívida do artista que prometiam como retorno a renda gerada pela sua discografia anterior, composta até então por 25 álbuns. A taxa de juros dos Bowie Bonds foi até que bastante alta para os padrões do mercado norte-americano: 7,9% ao ano durante 10 anos.
Pullman, por sinal, disse foi a primeira vez que um músico vendeu propriedade intelectual via bond. Depois de Bowie, outros músicos recorreram ao expediente, como é o caso do mestre do funk, James Brown e do gigante da Soul Music, Marvin Gaye.
Com os títulos, Bowie levantou US$ 55 milhões, mas os títulos não foram um sucesso tão grande assim, já que em 2004 a Moody’s os deixou no limiar do grau de investimento, justificando que a decisão foi motivada pela receita menor do que a esperada dos ativos por conta de uma “fraqueza na venda de músicas”. Faz sentido, lembrando que a pirataria na internet já começava a fazer um belo estrago nas receitas das gravadoras.
No final, esta acabou não sendo a única empreitada de Bowie no mundo das finanças. Em 2000 ele lançou a sua instituição financeira online, o Bowie Bank, mas o projeto afundou em pouco tempo.
David Bowie morreu neste domingo, 10 de janeiro, aos 69 anos, vítima de um câncer.
Continua depois da publicidade
Baixe agora a Carteira InfoMoney 2016! Basta deixar o seu email abaixo: