Dasa (DASA3): Goldman Sachs eleva recomendação para compra com catalisadores positivos de curto a médio prazo; ação sobe 4,7%

Empresa pode se beneficiar de futuros cortes nas taxas de juros, dada sua alta alavancagem, avaliam os analistas do banco

Felipe Moreira

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O Goldman Sachs elevou a recomendação para ações da Dasa (DASA3) de neutro para compra, com preço-alvo passando de R$ 10 para R$ 15, o que representa um potencial de valorização de 42,7% frente a cotação de fechamento da última segunda-feira (5) de R$ 10,51. Com isso, os ativos DASA3 tiveram ganhos de 4,66%, a R$ 11,00, chegando a uma máxima de R$ 11,30 (+7,52%).

A equipe de research do banco acredita que a abordagem de cuidados coordenados da DASA e sua presença nacional com centros de serviços ao paciente (PSC, na sigla em inglês) e hospitais são uma estratégia vencedora no setor de provedores de serviços de saúde.

Além disso, analistas do Goldman Sachs veem alguns catalisadores de curto a médio prazo que tornam a história mais atraente, como pontuam a seguir: “i) a empresa potencialmente se beneficiando de futuros cortes nas taxas de juros, dada sua alta alavancagem, o que melhoraria substancialmente a geração de fluxo de caixa em relação aos níveis atuais; ii) a empresa recentemente passou a ter um foco maior em eficiência, trabalhando para melhorar a rentabilidade, o que deve sustentar a expansão da margem no futuro; iii) a alocação de capital provavelmente será otimizada, e esperamos uma maior priorização no curto prazo sobre o tema (ou seja, revisão dos investimentos em tecnologia, que representaram de 30% a 40% do capex total); iv) iniciativas para melhorar ainda mais a estrutura de capital após a recente oferta primária e a gestão de passivos”.

Em termos de avaliação, as ações da companhia estão negociando a 7,5 vezes / 6,5 vezes EV/Ebitda (valor da firma sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2023 e 2024, ou um desconto de 24%/20% em relação ao Mater Dei (MATD3), atrativos diante das perspectivas melhores que o banco prevê para o curto prazo e dos fortes fundamentos de longo prazo.

Cabe destacar que, no fim de maio, o Itaú BBA retomou a cobertura de Dasa com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 13.

Na visão do BBA, há muito valor a ser gerado com o avanço de hospitais e unidades de oncologia da companhia, assim como oportunidades importantes fruto do posicionamento da empresa nos segmentos hospitalar e de diagnósticos.

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Por outro lado, o time análise do BBA vê uma pressão potencial de taxas de juros mais altas na geração de caixa de curto prazo e, até que haja indícios de maior desalavancagem financeira da companhia, o banco prefere manter uma postura mais conservadora sobre a empresa.

Vale lembrar que a Dasa anunciou recentemente a conclusão de um follow-on de R$ 1,673 bilhão, “transação que deve permitir à companhia continuar buscando novas oportunidades no setor”, diz o relatório do BBA.

Para o segmento de hospitais, o banco projeta um repasse de preço (ticket) médio similar à inflação medida pelo IPCA.

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Já para a área de Diagnósticos e Coordenação de Cuidados (BU2), por outro lado, analistas do BBA esperam que a dinâmica dos tickets continue desafiadora. Diante disso, o banco estima uma receita líquida estável em relação ao modelo anterior.

Embora a diluição das despesas gerais e administrativas pela integração dos ativos adquiridos deva ficar mais clara, BBA revisou sua projeção de Ebitda ajustado em 0,2 ponto percentual (p.p.) para 2023 e 0,3 p.p. para 2024, para 18,9% e 20,1%, respectivamente.

Apesar do momentum positivo, o Bradesco BBI também manteve recomendação neutra para Dasa no fim do mês passado, reduzindo o preço-alvo de R$ 15 para R$ 12 e vendo potencial de valorização limitado de 6%.

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O BBI destacou que Dasa deve entrar em um novo ciclo operacional positivo, com sua administração aumentando o foco na lucratividade e acelerando os ganhos de eficiência. O banco espera um crescimento robusto da receita de dois dígitos e uma forte expansão da margem Ebitda em 2023 e 2024.

Porém, a Dasa está sendo negociada a um múltiplo de 16,8 vezes o Preço/Lucro estimado para 2024, ou um prêmio de 13% em relação a uma combinação 50/50 entre Mater Dei e Fleury, apesar dos maiores riscos de execução e alavancagem, avalia o banco.