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A Diagnósticos da América (DASA3) levantou R$ 3,3 bilhões em oferta de ações subsequente precificada a R$ 58 por papel na véspera, de acordo com fato relevante do grupo de medicina diagnóstica nesta quarta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O preço ficou abaixo da faixa indicativa estimada para o follow on entre R$ 64,90 e R$ 84,50 por ação (valor entre 10% e 36% acima do que foi estabelecido). Também representa um forte desconto, de 59,73%, em relação à cotação de fechamento do papel na terça-feira (6), de R$ 144,01.
Com isso, a sessão desta quarta-feira (7) foi de forte queda para os ativos DASA3, com baixa de 50,01%, a R$ 71,99.
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A operação foi considerada um re-IPO dada a baixa liquidez das ações. A oferta consistiu na distribuição primária de 57.010.786 ações. Não foram exercidos o lote adicional de ações, de 20%, tampouco a distribuição secundária de 2.081.636 papéis.
Bradesco BBI, BTG Pactual, Bank of America, Credit Suisse, Morgan Stanley, Safra, Santander Brasil e Itaú BBA foram os coordenadores.
Com a oferta, a Dasa esperava levantar em torno de R$ 5 bilhões, que seria utilizada para pagamento do hospital LeForte em São Paulo, investimentos em aquisições e crescimentos orgânicos e capital de giro para financiar suas operações, em um montante de 1/3 cada. Conforme aponta a Levante Ideias de Investimentos, com a nova precificação, a dinâmica de uso dos recursos deverá ser alterada.
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A negociação com a nova injeção de ações em bolsa está marcada para o dia 08 de abril, quinta-feira, com as ações DASA3 voltando a operar com liquidez.
Conforme destaca a equipe de análise, a família Bueno, a controladora da empresa, não satisfeita com a avaliação obtida na reestreia da companhia depois de 2 anos e meio (fechamento de capital em setembro de 2017), injetou cerca de R$ 500 milhões na oferta para não ser diluída em volume maior, a preço indesejado.
Com o preço de R$ 58 por ação, a companhia obtém um múltiplo do Valor da Firma por Potencial de geração de caixa operacional (ou EV/Ebitda) em torno de 16,5 vezes para 2021, abaixo dos pares de maior porte como Hapvida (HAPV3) , Notredame Intermédica (GNDI3) e Rede D’Or (RDOR3), estes negociados a múltiplos EV/EBITDA entre 23-25 vezes.
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Contudo, apontam os analistas, a operação da Dasa se assemelha muito mais a empresas do segmento de diagnósticos e rede de laboratórios como Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3), estes operando com múltiplos EV/Ebitda na casa das 10 vezes, com a Dasa possuindo um amplo portfólio de laboratórios e clínicas especializadas de renome por todo o país.
“Recentemente a companhia anunciou a aquisição de dois hospitais de grande porte, o LeForte em São Paulo e o Hospital São Domingos no Amazonas, entrando de vez com o plano de diversificação e verticalização de suas operações, porém ainda longe de ser comparável com um player hospitalar. Além do mais, a rentabilidade da Dasa ao longo dos últimos 10 anos não superou os 5% de margem líquida enquanto seus pares do setor operam com consistência na casa dos 10%”, avalia a Levante.
Assim, os analistas avaliam que o mercado ainda precifica um desconto em relação à essa diferença na rentabilidade e há uma desconfiança na recuperação de margens da companhia, após uma série de aquisições nos últimos anos, refletindo essa rentabilidade histórica menor.
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(com Reuters)
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