Publicidade
SÃO PAULO – Os principais índices internacionais operam entre a estabilidade e leve alta na sessão desta sexta-feira (12), com os investidores repercutindo a temporada de resultados. Em destaque na Europa, ações de luxo avançam diante de fortes resultados da Richemont, dona da Cartier.
Por aqui, a temporada também é movimentada, com a divulgação dos números de B3, Magazine Luiza, Americanas, Cogna, IRB, entre outras companhias. Também em destaque na agenda doméstica, serão divulgados os dados de serviço referentes a setembro. Confira os destaques:
1. Bolsas mundiais
EUA
Os índices futuros americanos têm leve alta nesta sexta, preparando-se para fechar a semana positivamente, apesar dos temores quanto à inflação.
Dados divulgados na quarta indicaram a inflação mais aquecida nos Estados Unidos em 30 anos. Na quinta, o Nasdaq avançou 0,5%; e o S&P teve leve alta; e o Dow recuou 160 pontos, prejudicado pelos papéis da Disney, que divulgou resultados abaixo do esperado. Na semana, o Dow perde 1,1%; o S&P perde 1%; e o Nasdaq recua 1,7%.
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam em sentidos diferentes nesta sexta. O japonês Nikkei teve alta de 1,13%, com destaque para as ações de montadoras. O papel da Toyota Motor subiu 2,4% após a companhia projetar que sua produção global aumentará em dezembro na comparação anual.
Por outro lado, os papéis da fabricante chinesa de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation recuaram 4,47% após a empresa afirmar que um alto executivo e diversos membros de seu conselho deixaram seus cargos.
Continua depois da publicidade
As ações blue-chips da China fecharam em baixa nesta sexta, uma vez que os papéis de incorporadoras recuaram após registrarem compras na sessão anterior diante de apostas de alívio nas políticas do setor imobiliário.
Europa
As bolsas europeias operam estáveis nesta sexta, ainda buscando direção após a divulgação de dados de inflação e resultados de empresas. O índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, se mantêm estável, com alta de 1,2% do setor de itens para o lar de queda de 1,1% em papéis dos setores de viagem e lazer.
Já ações de luxo avançam diante de fortes resultados da Richemont, dona da Cartier.
Continua depois da publicidade
Uma pesquisa entre economistas divulgada na quinta pela agência internacional de notícias Reuters indicou riscos de também na Zona do Euro a inflação supere a meta do banco central para 2022. A inflação superou a marca de 4% na Zona do Euro em outubro, mas o Banco Central Europeu vem evitando implementar aperto monetário.
Também na Zona do Euro, a produção industrial de setembro teve queda de 0,2 % na base mensal, ante estimativa de queda de 0,5%.
Os preços do petróleo recuam.
Continua depois da publicidade
Veja os principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
Estados Unidos
Dow Jones Futuro (EUA), +0,1%
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,09%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,18%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,43%
*Dax (Alemanha), +0,09%
*CAC 40 (França), +0,2%
*FTSE MIB (Itália), -0,01%
Ásia
*Nikkei (Japão), +1,13% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,18% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,32% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +1,5% (fechado)
Continua depois da publicidade
Commodities e Bitcoin
*Petróleo WTI, -1,43%, a US$ 80,41 o barril
*Petróleo Brent, -0,93%, a US$ 81,93 o barril
*Bitcoin, -2,17% a US$ 63.804,42
*Sobre o minério de ferro: **O minério negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,62%, a 546,5 iuanes, o equivalente a US$ 85,62
2. Agenda
Brasil
9h: IBGE divulga dado de volume de serviços de setembro, com projeção de alta de 0,5% na base mensal e de 13,5% na comparação anual
12h55: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, faz palestra no seminário “O Agronegócio Sustentável no Brasil”, em Lisboa
Continua depois da publicidade
EUA
12h: índice de sentimento do consumidor preliminar de novembro da Universidade de Michigan
14h10: Presidente do Fed de NY, John Williams, discursa em evento da instituição
15h: divulgação dos dados e poços e plataformas de petróleo em atividade pela Baker Hughes
3. Covid no Brasil
Na quinta (11), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 230, queda de 30% em comparação com o patamar de 14 dias antes, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h. Em apenas um dia, foram registradas 243 mortes.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 11.421, o que representa queda de 1% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 15.144 casos.
No total, chegou a 156.632.260 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 73,43% da população.
A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 123.407.869 pessoas, ou 57,85% da população. A dose de reforço foi aplicada em 11.351.696 pessoas, ou 5,32% da população.
4. Emendas de relator, desoneração da folha, Auxílio Brasil, fertilizantes
Reportagem de capa da edição desta sexta do jornal Folha de S. Paulo afirma que circula entre deputados uma proposta de resolução capitaneada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, visando ampliar a transparência na distribuição de verbas no Orçamento.
A proposta vem sendo discutida após o Supremo Tribunal Federal decidir a favor da liminar da ministra Rosa Weber que suspende o pagamento das emendas de relator, instrumento de distribuição de recursos que tem sido chamado de “orçamento secreto” diante da dificuldade de rastrear os beneficiários dos repasses. A Corte decidiu suspender os pagamentos até que delibere sobre a constitucionalidade do instrumento.
Pelo mecanismo, o relator do Orçamento tem o poder de encaminhar diretamente aos ministérios sugestões de deputados e senadores para aplicar recursos da União. As emendas de relator corresponderam a R$ 16,8 bilhões em 2021, dos quais R$ 9 bilhões já foram empenhadas. Elas vêm sendo utilizadas pelo governo como moeda de troca com deputados para impulsionar pautas de seu interesse.
Segundo a Folha, o texto da proposta de resolução visa dar mais transparência para a distribuição de recursos daqui para a frente, sem efeito retroativo às emendas de 2020 e 2021. Ele não altera o atual poder do governo e da cúpula e do Legislativo de escolher a quem beneficiar.
O objetivo é aprovar a proposta de resolução nas próximas semanas em sessão do Congresso Nacional, de forma que ela sirva na negociação para que o STF libere a execução das emendas. De acordo com a Folha, a decisão do STF implodiu um instrumento de negociação que vinha sendo utilizado entre Congresso e Executivo, com intermédio do líder governista.
Segundo reportagem com chamada de capa do jornal O Globo, ministros do Supremo esperam um movimento do Congresso para dar transparência às emendas de relator antes de levar o caso para julgamento em plenário.
Desoneração da folha
Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou que decidiu apoiar a manutenção da desoneração da folha de pagamentos por dois anos. Segundo o jornal O Globo, a decisão foi anunciada após o presidente se reunir com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura) e líderes de 17 setores.
A desoneração permite às empresas substituir a contribuição de 20% à Previdência sobre os salários dos funcionários por uma alíquota sobre a receita bruta de entre 1% e 4,5%.
Auxílio Brasil
Na quinta, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que permite ao governo utilizar o saldo do Bolsa Família, extinto em novembro, para financiar o novo programa de transferência de renda de seu governo, Auxílio Brasil. A mudança abre espaço de R$ 9,36 bilhões no Orçamento para uso pelo Ministério da Cidadania. O presidente também sancionou na quinta a lei que altera o Plano Plurianual (PPA) de 2020 a 2023 de forma a incluir o Auxílio Brasil.
Em sua live semanal na quinta-feira, o presidente afirmou que há preocupação, nos bastidores do Congresso Nacional, que a aprovação da PEC dos Precatórios e a consequente abertura de espaço fiscal para o Auxílio Brasil o ajude em sua reeleição, e considerou o viés eleitoral uma “maldade enorme” com a população.
“O que a gente ouve nos bastidores lá no Congresso? ‘Ah, isso vai eleger o Bolsonaro’. Ah, a preocupação de vocês é a política? Não é o povo? Não é o pobre? Você acha que o pobre aguenta ficar um ano recebendo 192 reais até vocês chegarem no governo, se vocês ganharem as eleições, obviamente?”, questionou o presidente, fazendo referência ao valor médio atual do Bolsa Família.
O Auxílio Brasil, novo programa social do governo, pretende pagar R$ 400 em média a famílias quando somado a benefícios de duração temporária, até dezembro de 2022, ano em que Bolsonaro tentará a reeleição.
Fertilizantes
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, trabalha para evitar o risco de desabastecimento de fertilizantes no país.
“Está aí a Tereza Cristina se virando atrás de fertilizantes, porque há uma tendência de desabastecimento de fertilizantes”, disse Bolsonaro na transmissão semanal ao vivo em redes sociais, nesta quinta-feira.
“O nosso agronegócio é de ponta? Sim. Mas depende em grande parte de produtos importados”, afirmou, citando o potássio vindo da Rússia e outros nitrogenados da China.
“E o que é pior disso tudo, né: nós temos aqui potencial para isso tudo, mas o potássio que está lá na foz no rio Amazonas, aquela grande área está demarcada como terra indígena”, acrescentou.
No mês passado, o presidente já havia adiantado que a ministra e o chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, trabalhavam em uma proposta para otimizar a utilização da matéria-prima disponível no Brasil para a produção de fertilizantes.
Na live de quinta, o presidente também voltou a responsabilizar o ICMS pela alta do preço dos combustíveis e manifestou o desejo que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise ação apresentada pelo governo sobre o tema.
5. Radar corporativo
A reta final da temporada de balanços é movimentada, com destaque para os números de Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3), Lojas Renner (LREN3), B3 B3SA3), CCR (CCRO3), IRB (IRBR3), Cogna (COGN3), entre outras companhias.
Cogna (COGN3)
A Cogna (COGN3) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 121,8 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21). O resultado representa uma redução de 25,2% do prejuízo registrado em mesmo período de 2020.
A receita líquida somou R$ 1,168 bilhão no 3T21, retração de 7% na comparação anual.
Segundo a Cogna, a queda da receita se deve as pressões de receita no ensino superior presencial e em Vasta, cujos resultados foram parcialmente compensados pelos crescimentos observados nas receitas de ensino superior EAD e PNLD.
Qualicorp (QUAL3)
A Qualicorp (QUAL3) reportou lucro líquido de R$ 110,4 milhões no terceiro trimestre de 2021 após participações minoritárias, com redução de 15,1% no comparativo anual.
O resultado, segundo a empresa, é em decorrência da queda de 10,9% no Ebitda e do aumento de 17,3% nas despesas financeiras líquidas, compensados parcialmente por menor despesa de D&A.
Na variação em relação ao trimestre anterior o lucro aumentou 22,3%, acompanhando o crescimento de Ebitda e redução nas despesas financeiras líquidas.
Cyrela (CYRE3)
A construtora Cyrela (CYRE3) lucrou, de forma líquida, R$ 238 milhões no terceiro trimestre de 2021 , número 83% menor do que o R$ 1,4 bilhão faturado em mesmo período ano passado – quando, porém, o balanço foi muito beneficiado pela abertura inicial de capital de subsidiárias da Plano&Plano, Cury e Lavvi.
Apesar da queda do lucro na base anual por conta da consideração de efeitos não recorrentes no mesmo período do ano passado, a Cyrela conseguiu elevar a sua receita líquida em 10,7%, chegando a R$ 1,2 bilhão.
CCR (CCRO3)
A CCR (CCRO3), companhia que atua no ramo de concessões, lucrou de forma líquida R$ 183,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, número 55,5% maior do que os R$ 118,3 milhões registrados no mesmo período de 2020.
Parte do crescimento do lucro se dá por conta do avanço da receita líquida, que foi de 15,4%, saindo de R$ 2,2 bilhões para R$ 2,57 bilhões. Os arrecadamentos dos pedágios subiram em bloco, com a receita bruta do segmento avançando 9,8%, para R$ 1,9 bilhão.
IRB Brasil (IRBR3)
O IRB (IRBR3) teve queda de 27,8% no prejuízo do 3º trimestre, a R$ 155,7 milhões. O resultado líquido contábil foi negativamente impactado pelos negócios descontinuados (run-off), com efeito total negativo de R$ 329,5 milhões.
Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza teve um lucro líquido ajustado de R$ 22,6 milhões, uma queda de 89,5% em relação aos R$ 215,9 milhões registrados em igual período do ano passado.
Americanas (AMER3)
A Americanas (AMER3) registrou um lucro líquido de R$ 241 milhões no terceiro trimestre deste ano, número 568,3% maior do que os R$ 36 milhões angariados no mesmo período de 2020. A diferença, porém, é em grande parte explicada pela correção monetária do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, que somou R$ 246,6 milhões no balanço da varejista. Sem esse efeito não recorrente, a empresa haveria registrado um prejuízo líquido de R$ 6 milhões.
B3 (B3SA3)
A B3 (B3SA3) teve lucro líquido recorrente de R$ 1,291 bilhão no terceiro trimestre deste ano, cifra 13% acima da registrada no mesmo período do ano passado.
O lucro líquido recorrente ajustado pelo benefício fiscal do ágio da amortização relativa à incorporação da Cetip somou R$ 1,411 bilhão, expansão de 11,8% na comparação anual.
Enquanto isso, o lucro líquido atribuídos aos acionistas atingiu R$ 1,176 bilhão, alta de 3,4%.
Aprenda a transformar a Bolsa de Valores em fonte recorrente de ganhos. Assista a aula gratuita do Professor Su e descubra como.