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SÃO PAULO – Uma cesta de indicadores publicados no fim de semana pelo governo da China sugeriu uma economia mais forte do que a maior parte do mercado esperava. “Os dados econômicos da China vieram mistos, mas no geral continuaram a mostrar um período de suavização. A economia, no entanto, não está em queda livre”, afirmou a economia do Société Générale, Wei Yao, em relatório.
As exportações e importações da China tiveram um forte crescimento em maio. Conforme dados oficiais, as vendas externas subiram 15,3% no mês passado ante um ano atrás, superando o crescimento de 4,9% visto em abril e bem acima da previsão do mercado, de 7,2%. Do mesmo modo, as importações expandiram 12,7% em maio contra 0,3% em abril, sendo que a expectativa era de alta de 4%.
O mercado também encarou com otimismo a suavização da inflação no país. O índice de preços ao consumidor na China recuou de 3,4% em abril para 3% em maio – menor crescimento desde junho de 2010. Também houve abrandamento da inflação ao produtor chinês, que passou de -0,7% para -1,4% no mesmo período.
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Para junho, o Société Générale espera uma desaceleração ainda maior na inflação ao consumidor, de cerca de 2,5% face ao ano anterior, “proporcionando mais espaço para corte da taxa de juros”.
Cabe lembrar que, na última quinta-feira (7), o banco central da China surpreendeu o mercado ao anunciar um corte de 25 pontos-base na taxa básica de juro.
Pouco animadores
Por outro lado, a produção industrial da China cresceu abaixo da projeção dos economias. O indicador registrou alta de 9,6% em maio em relação ao mesmo mês de 2011, acima da expansão de 9,3% em abril, porém inferior ao consenso de 9,8%. O crescimento de abril foi o menor desde maio de 2009.
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Ainda entre os dados menos animadores sobre o gigante asiático, as vendas no varejo perderam força em maio, crescendo 13,8% em relação a 2011, menos que o avanço de 14,1% de abril.
Olhando para junho
Após a avaliação do conjunto de dados sobre a China, a economista Wei Yao afirma que a condição econômica do país está melhor do que após o repentino colapso do Lehman Brothers.
Porém, olhando para o mês de junho, os números devem indicar grau de suavização semelhante ao visto em maio, na opinião de Wei Yao. Por conta disso, o banco francês mantém a previsão de crescimento de 7,6% para o PIB (Produto Interno Bruto) da China neste trimestre. “O impacto da afrouxamento da política monetária e do ritmo moderado de investimentos provavelmente ganharão mais força a partir do terceiro trimestre”, comenta.