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Quatro construtoras listadas em Bolsa – Cyrela (CYRE3), Moura Dubeux (MDNE3), Plano & Plano (PLPL3) e Tecnisa (TCSA3) – divulgaram seus resultados do segundo trimestre de 2024 na noite da última quinta-feira (8). Das quatro construtoras, três ações fecharam a sessão desta sexta-feira (9) fortes ganhos repercutindo os balanços, com CYRE3 subindo 5,42% (R$ 21,77), MDNE3 saltando 7,49% (R$ 14,93) e PLPL3 em alta de 4,36% (R$ 12,68). Na contramão, TCSA3 caiu 4,59%, a R$ 2,09.
A Cyrela registrou um aumento de 47% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao reportado no mesmo período do ano passado, para R$ 412 milhões. A expectativa média de analistas apontava para um lucro líquido menor, de 332 milhões de reais, segundo dados da Lseg.
O Bradesco BBI disse que a construtora apresentou resultados impressionantes, superando suas projeções e do consenso em 7% e 25%, respectivamente, impulsionados não apenas pela venda de ações Cury (CURY3), mas também pelo forte momento operacional da empresa (VSO de 53% no 2T24, +4,5 p.p em base anual).
A Cyrela parece estar encerrando o ciclo 2020-21 em 2024 e se preparando para se tornar uma empresa de R$ 8 bilhões em VGV/ano, ao mesmo tempo que consegue manter métricas financeiras sólidas, o que deve traduzir em geração de caixa e forte impulso de lucros no futuro. O BBI reforça Cyrela como sua escolha preferida entre nomes de renda média-alta, negociando a um preço descontado de 5,3 vezes o múltiplo Preço/Lucro para 2025.
Na avaliação da XP, a companhia registrou resultados mais fortes do que o esperado no 2T24, com sólida expansão da receita, margem bruta se recuperando para 32,9%. A XP mantém recomendação de compra e preço alvo de R$ 30.
Moura Dubeux (MDNE3)
No geral, o BBI avalia que os números da Moura Dubeux foram muito fortes, com a margem bruta da empresa atingindo 37% devido ao maior mix do modelo de condomínio, enquanto sua margem líquida atingiu 19% e levou a um ROE de 15%.
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Após registrar o melhor trimestre operacional de sua história no 2T24, a Moura Dubeux Finalmente reverteu as perdas acumuladas em seu balanço e está a caminho de se tornar uma pagadora de dividendos recorrentes à medida que se aproxima da conclusão de um significativo número de projetos em 2024 e 2025 (projeção de rendimento de dividendos de 12% nos próximos 18 meses).
A Moura Dubeux é uma das escolhas preferidas do banco no segmento de renda média-alta (juntamente com a Cyrela) devido ao seu sólido momento financeiro e operacional, juntamente com um forte balanço patrimonial em um mercado com menos concorrência.
O Itaú BBA avalia que a Moura Dubeux reportou resultados fortes para o trimestre, superando as estimativas de cima para baixo. A receita líquida veio 14% acima da previsão, com a margem bruta como principal destaque em 36,7%.
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Segundo o BBA, o aumento foi impulsionado principalmente por uma maior participação de projetos de condomínio nos resultados da empresa, especialmente o reconhecimento de terras dos projetos Rivê e João Farinha.
Por fim, a empresa sinalizou uma distribuição de dividendos de no mínimo R$ 100 milhões por ano a partir de 2025, implicando um dividend yield de 8,5% para o próximo ano. A empresa está sendo negociada a um atrativo Patrimonial/Valor Patrimonial de 0,8 vez, em comparação com um ROE esperado de 17% para 2025.
A equipe de research acredita que a Moura Dubeux registrou mais um conjunto de resultados sólidos, motivados por um desempenho robusto em condomínios, além de um crescimento resiliente no segmento de incorporação com melhoria de margens. Com isso, a XP mantém recomendação de compra.
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Plano & Plano (PLPL3)
O Itaú BBA avalia que a construtora reportou resultados sólidos, com melhora em relação ao fraco desempenho do trimestre anterior e atingiu um lucro líquido de R$ 95 milhões.
A receita líquida superou a estimativa em 18% e atingiu R$ 698 milhões, apoiada por uma contribuição de R$ 49 milhões do programa Pode Entrar. As margens brutas atingiram 32,9%, abaixo da expectativa de 33,6%. Despesas SG&A ligeiramente maiores do que o previsto, combinadas com resultados financeiros em linha, levaram o resultado final para R$ 95 milhões, acima dos fracos R$ 42 milhões no 1T24 e superando a estimativa de R$ 79 milhões.
O BBA disse manter visão positiva sobre o setor de baixa renda e classificação equivalente à compra para a empresa.
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A XP Investimentos também avaliou os resultados positivos com base no crescimento robusto da receita, que levou a uma sólida expansão do lucro líquido, embora a margem bruta ainda tenha sido impactada pelo Pode Entrar. A XP mantém recomendação de compra e preço alvo de R$ 18,0.
Mitre (MTRE3)
Segundo o BBA, a Mitre relatou um conjunto de números melhores no trimestre. A receita líquida aumentou 18% na base trimestral, atingindo R$ 290 milhões, embora ainda 6% abaixo da estimativa do banco. A margem bruta também mostrou uma boa melhora para 23,8%, alta de 670 bps de 17% no 2T23 e 190 bps de 21,7% no 1T24, refletindo a maior lucratividade da nova safra de projetos da empresa.
Já as despesas ficaram em linha com as expectativas em R$ 45 milhões, assim como os resultados financeiros e impostos. A empresa relatou um lucro líquido de R$ 12,3 milhões no trimestre, abaixo das estimativas, mas uma melhora em relação a R$ 1 milhão no 1T24 e uma redução em relação aos fortes bases de comparações de R$ 56 milhões no 2T23 (apoiados por uma venda de projeto não recorrente). P
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Tecnisa (TCSA3)
“A Tecnisa reportou resultados fracos, impactados pela venda de um terreno, combinado com maiores despesas, levando a um resultado líquido negativo”, explica BBA. A receita líquida aumentou tanto no trimestre quanto no ano para R$ 179 milhões, impulsionada pela venda de dois terrenos contribuindo com receita bruta de R$ 74 milhões.
Outras despesas superaram as expectativas do BBA, atribuídas a perdas com parceiros de construção, resultando em um prejuízo líquido de R$ 31 milhões no trimestre.