Cyrela (CYRE3): os fundamentos por trás da visão positiva do Goldman Sachs para ação

Otimismo é impulsionado pelo posicionamento de mercado, balanço saudável e aumento da rentabilidade

Felipe Moreira

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O Goldman Sachs reiterou classificação de compra para ação da Cyrela (CYRE3) e elevou preço-alvo de R$ 31 para R$ 33, o que representa um potencial de valorização de 48,5% frente a cotação de fechamento da última quarta-feira (21) de R$ 22,22.

A equipe de research do banco avalia que as ações da Cyrela ainda não refletiram completamente o crescimento das vendas que a construtora tem experimentado.

Segundo o relatório, as vendas cresceram 80% nos últimos quatro anos, enquanto as ações têm ficado relativamente estáveis, com o preço atual em relação ao valor contábil de 2025 em 0,8 vez, apesar de o ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) estar projetado para 17% em 2025.

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Os analistas reforçam que isso é contrário ao observado nos EUA, onde os preços das ações acompanharam o aumento dos volumes de pedidos, apesar das taxas de juros em alta.

Em segundo lugar, o Goldman cita que as vendas da Cyrela em São Paulo subiram 68% desde meados de 2021, ligeiramente acima dos 61% da média do mercado.

Quanto ao terceiro ponto, analistas acreditam que as tendências de redução dos meses de estoque para as classes média e alta em São Paulo favorecem a Cyrela, já que mais de 75% das vendas da Cyrela estão nesse segmento.

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Além disso, as vendas do segmento de alta renda superaram os lançamentos em cerca de 20% até junho. A Cyrela vem superando as expectativas de consenso de mercado nos últimos três anos, com a receita líquida e o lucro líquido finalizando acima das estimativas mínimas de consenso de 2021 a 2023.

Nesse contexto, o Goldman Sachs reitera seu otimismo com as ações da Cyrela, impulsionado pelo posicionamento de mercado, um balanço saudável e aumento da rentabilidade.

Por outro lado, o banco comenta que pode estar superestimando a durabilidade das fortes vendas da Cyrela e/ou do segmento de renda média e alta na cidade de São Paulo, pois isso poderia ser impactado pela operacionalização do novo Plano Diretor de São Paulo, que levaria a um aumento substancial nos lançamentos.

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No setor, os analistas também se mostram otimistas com Direcional (DIRR3) e reiteram compra, além de elevar preço-alvo de R$ 33 para R$ 35, sustentado pelo ROE melhor do que o esperado no 2T24.

O Goldman Sachs também disse que sua estimativa de receita para Direcional em 2024 teve ligeira alta, pois os resultados do 2T24 ficaram em grande parte em linha com as expectativas, e a empresa está mantendo sua estratégia e há impulso positivo de vendas.

De negativo, a estimativa de lucro líquido da Direcional para 2024 diminui 2%, para R$ 636 milhões em 2024, devido a uma tendência maior de despesas gerais e administrativas que pode estar relacionada ao maior volume de vendas.

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O banco americano ainda atualizou suas estimativas para MRV (MRVE3), classificada como neutra e preço-alvo de R$ 8,50, e EZTEC (EZTC3), classificada como venda e preço-alvo de R$ 14, após os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24).

A equipe de análise do banco comenta que sua expectativa para o lucro líquido de MRV e Eztec em 2025 está 56% e 46% abaixo das expectativas de consenso, respectivamente.

Para a MRV, os analistas acreditam que os níveis de alavancagem possam aumentar, impulsionados pela queima de caixa da construtora de imóveis nos EUA, Resia, atingindo 140% de dívida líquida + passivo de cessão de crédito sobre o patrimônio líquido até o final de 2024.

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Com relação a Eztec, o Goldman espera que o ROE permaneça em dígitos únicos médios, bem abaixo do custo de capital próprio.