CVM nega ex-assessor de Dilma no conselho da Light; Petrobras, Cielo e mais 8 notícias no radar

Confira as principais notícias corporativas desta quarta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quarta-feira (28) tem um noticiário corporativo bastante agitado, com novidades envolvendo a Petrobras e os acordos de leniência da Braskem e Odebrecht, além da Itaúsa, que informou que fará uma impairment de R$ 260 milhões em seu balanço de 2016. Enquanto isso, a Cielo teve seu preço justo cortado pelo Itaú BBA, ao passo que a Kroton estuda vender unidades presenciais para ajudar na aprovação da fusão com a Estácio.

Confira as principais notícias corporativas desta quarta-feira (28):

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras afirmou que não participou das negociações dos acordos de leniência envolvendo a Braskem e a Odebrecht, com autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça. Em resposta à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a estatal disse que não teve acesso às informações dos acordos antes de se tornarem públicas.

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“A Petrobras esclarece que tomou ciência do reconhecimento dos atos ilícitos praticados e dos valores referentes aos acordos firmados entre a Braskem e as autoridades públicas brasileiras e estrangeiras apenas quando das divulgações públicas realizadas pela própria Braskem e por tais autoridades”, disse a Petrobras.

A estatal informou também que inquiriu os administradores com acesso “a atos ou fatos potencialmente relevantes sobre as matérias jornalísticas”, que confirmaram a ausência de informações materiais que deveriam ser divulgadas ao mercado na ocasião.

“A Petrobras está avaliando os termos dos acordos firmados com a Braskem, e que foram divulgados ao mercado, para decidir as medidas cabíveis que deve adotar na defesa dos seus interesses. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”, completou.

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Itaúsa (ITSA4)
A Itaúsa, holding do Itaú Unibanco, informou na noite de ontem que sofrerá um impacto negativo de aproximadamente R$ 260 milhões em seu balanço referente ao ano de 2016 por conta da sua controlada Elekeiroz. 

Em comunicado, a Itaúsa informou que o conselho de administração da Elekeiroz aprovou a sugestão da diretoria da empresa que na elaboração das demonstrações financeiras do exercício de 2016 seja feito um impairment (reconhecimento de redução no valor contábil de determinados ativos), além da realização de outros ajustes contábeis, ambos relativos ao atual exercício.

Com isso, a Itaúsa explica que estas medidas, uma vez implementadas, impactarão negativamente o resultado e o patrimônio líquido das demonstrações contábeis da Itaúsa do último trimestre em aproximadamente R$ 260 milhões.

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Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3)
Segundo informações do jornal Valor Econômico, além do ensino a distância da Estácio, a Kroton está propondo vender uma das unidades de curso presencial localizadas em cidades onde há concentração de mercado maior do que 30%. Estão nesta lista unidades de municípios como São José dos Campos (SP), Niterói (RJ) Campo Grande, Macapá, Santo André (SP) e São Luís. Para aprovar a fusão, a Kroton propôs ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a venda do ensino a distância da Estácio – segmento no qual há concentração de mercado, uma vez que a Kroton já é a líder com mais de 500 mil alunos.

Cielo (CIEL3)
O Itaú BBA cortou seu preço justo para a ação da Cielo de R$ 40,50 para R$ 34,00 diante das mudanças regulatórias que o setor está passando. A recomendação, porém, se manteve em market perform (desempenho em linha com o mercado).

Esperamos que a dinâmica de lucros da Cielo seja moderada nos próximos trimestres, com uma persistente fraqueza na receita parcialmente compensada por uma melhor dinâmica de custos”, disseram os analistas em relatório, apontando que a companhia deve ter Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de apenas um dígito em 2017.

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Segundo a equipe do Itaú, além dos riscos regulamentares, com mudanças envolvendo diferenciação de preços para uso de cartões de crédito e outras medidas do governo, a Cielo pode enfrentar dificuldades por conta de uma concorrência mais forte, ainda mais após o término dos acordos de exclusividade entre adquirentes e marcas de cartões.

Light (LIGT3)
Em reunião extraordinária realizada na terça-feira, a diretoria da CVM decidiu por unanimidade declarar ilegal a proposta de indicação de Giles Azevedo, ex-assessor da presidente afastada Dilma Rousseff, ao conselho de administração da Light à luz da recém-criada Lei das Estatais (da Lei 13.303/16). A candidatura foi questionada por acionistas minoritários da companhia de energia. O nome foi indicado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) à vaga aberta pela renúncia do conselheiro Mauro Borges Lemos ao cargo.

O artigo 17 da Lei das Estatais impede que seja indicado para o conselho ou a diretoria de estatais e suas controladas pessoa que tenha participado da organização de campanha eleitoral nos últimos 36 meses. Foi o caso de Giles, que participou do comitê de campanha da ex-presidente nas eleições presidenciais de 2014.

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A Light é uma sociedade privada, mas a Cemig, que faz parte do grupo de controle por meio de acordo de acionistas, é uma sociedade de economia mista. Em sua decisão, o colegiado da CVM entendeu que independentemente de a Light estar ou não submetida à Lei das Estatais, a Cemig teria que observar as regras da legislação nas indicações de suas empresas investidas.

O presidente da CVM, Leonardo Pereira, destacou em seu voto o fato de a nomeação de Giles como administrador da própria Cemig, sociedade de economia mista, ser expressamente vedada pelo artigo 17 da Lei das Estatais e “a inegável e determinante influência da Cemig, responsável pela indicação do Sr. Giles, nos negócios da Light”. Para Pereira, não haveria razões lógicas ou compatíveis com o espírito da norma que autorizassem a nomeação do ex-assessor de Dilma como administrador da Light.

Taesa (TAEE11)
A elétrica Taesa informou nesta terça-feira que os fundos Coliseu e Taurus venderam 26,03% das ações ON da companhia, 14,88% do capital social da empresa, para a Interconexión Eléctrica, por R$ 1,056 bilhão. Após a conclusão da operação, a fatia conjunta de 41,6% do bloco de controle detida pelos fundos passará para a Interconexión Eléctrica, mantidos os mesmos direitos e obrigações atualmente atribuídos aos fundos, afirmou em fato relevante a Taesa, que é controlada pela mineira Cemig.

Segundo o BTG Pactual, este foi um movimento interessante da companhia colombiana, cujo IRR real é um pouco acima de 9%. Para a Taesa, os riscos de baixa são limitados – o risco seria de possíveis decisões de investimentos ruins. No geral, o movimento foi positivo para a Isa, nada deve mudar para Taesa e as teorias sobre o futuro da cia devem surgir, afirma o banco.

QGEP (QGEP3)
A Queiroz Galvão Exploração e Produção fechou um acordo para assumir a fatia de 35% da britânica Premier Oil no bloco exploratório FZA-M-90, na Bacia do Foz do Amazonas, passando assim a deter 100% da concessão. Segundo comunicado, a QGEP receberá US$ 9,2 milhões pelo acordo. Os dados sísmicos do bloco já foram adquiridos e processados, e atualmente estão sendo interpretados. O contrato de concessão prevê, ainda, a perfuração de um poço exploratório até o término do primeiro período exploratório, originalmente previsto para agosto de 2018.

Multiplus (MPLU3)
A empresa de programas de fidelidade Multiplus anunciou nesta terça-feira que passará a oferecer a combinação de pontos + dinheiro para resgate de produtos e serviços não aéreos. Em comunicado, a empresa informou que as ofertas ficarão disponíveis para consulta no marketplace da companhia, na seção “troque seus pontos”.

CCX (CCXC3)
AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da CCX aprovou a dissolução e a liquidação da CCX Colômbia; a dissolução e liquidação da subsidiária é composta por diversas etapas que tendem a consumir, no mínimo, 6 meses. A medida foi proposta e adotada no contexto de redução de custos e despesas da companhia e sua estrutura.

Ideiasnet (IDNT3)
A Ideiasnet celebrou contrato com Meta Fundo de Investimento em Participações – Multiestratégia contrato para vender totalidade das ações da Officer S.A. Distribuidora de Produtos de Tecnologia, em recuperação judicial, pelo valor simbólico de R$ 2,00, informou Ideiasnet em fato relevante.

Unipar Carbocloro (UNIP6)
A Unipar Carbocloro concluiu a compra de 70,59% das ações da Solvay Indupa, fabricante de soda cáustica e resina de PVC que era controlada pelo grupo belga Solvay. Após a conclusão do negócio, a companhia fará uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelas ações da Indupa detidas por minoritários na Argentina, o que deve ocorrer em até 30 dias. Com a aquisição, a Unipar assume a posição de maior fabricante de cloro-soda e segunda maior produtora de PVC da América Latina, com capacidade instalada de 510 mil toneladas de PVC, 670 mil toneladas de cloro e 750 mil toneladas de soda.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.