CVC (CVCB3) sobe após 1º lucro em mais de 4 anos: otimismo seguirá?

Resultados superaram previsões de analistas; bancos destacam potencial de valorização e fôlego financeiro com a reestruturação da dívida

Murilo Melo

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A CVC (CVCB3) chegou a figurar entre as maiores altas no Ibovespa nesta quarta-feira (13), amenizou a alta, mas ainda fechou o dia com ganhos de 2,36%, a R$ 2,17. Esse avanço não é por acaso: acontece um dia após a agência de viagens apresentar os resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) que superaram as expectativas do mercado e trouxeram lucro pela primeira vez em mais de quatro anos.

Para se ter ideia, a empresa registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 121 milhões no trimestre, com uma margem de 33,3%, superando as projeções em 17% do Itaú BBA. Além disso, o lucro líquido ajustado da companhia, segundo o padrão contábil IAS-17, alcançou R$ 18 milhões, dobrando a estimativa dos analistas do banco. Com base nesses resultados e nas expectativas de crescimento, o Itaú BBA mantém a recomendação de outperform (desempenho acima da média) para as ações da CVC, estabelecendo um preço-alvo de R$ 5,10 para o final de 2025.

O que anima os investidores também é que, no mercado brasileiro, as reservas cresceram 5% em relação ao ano anterior. O segmento B2B (empresa para empresa) ficou estável devido ao fechamento temporário do aeroporto de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS), enquanto o segmento B2C (consumidor final) avançou 10%. Excluindo o impacto das inundações no RS, o crescimento do B2C chegaria a 12%, contabilizam os analistas.

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A taxa de take rate, que mede a receita sobre as reservas, foi de 10%, 30 pontos-base acima da expectativa, impulsionada pela participação crescente de pacotes e produtos exclusivos, que representaram 19% das reservas, frente a 10% no mesmo período de 2023.

Por outro lado, o BBA analisa que na Argentina as reservas continuaram em queda, refletindo o cenário econômico adverso. No entanto, a redução de 22% foi uma melhora em relação à queda de 38% registrada no trimestre anterior. Com isso, o Ebitda ajustado da operação argentina foi positivo.

Para o quarto trimestre deste ano (4T24), as perspectivas da CVC são promissoras, segundo os analistas do banco. A empresa espera uma retomada do crescimento nas reservas, impulsionada pela reabertura do aeroporto de Porto Alegre e pela expansão contínua de sua rede de lojas – com 162 novas aberturas nos últimos nove meses. Além disso, a recente reestruturação da dívida, que adiou o início das amortizações para o segundo semestre de 2026, conforme os estrategistas “deu fôlego financeiro à companhia”.

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Avanços em eficiência operacional

Em relatório, o JP Morgan também escreveu que a CVC superou as expectativas ao apresentar uma performance acima do esperado. O banco, tal qual disse o BBA, também observou o desempenho da empresa quanto à Argentina e o Rio Grande do Sul.

Nesse sentido, conforme análise do JP Morgan, apesar de uma queda de 2% nas reservas em relação ao ano anterior, impactada pela fraca demanda na Argentina, o Brasil manteve seu crescimento, ainda que prejudicado pelas inundações em cidades gaúchas. Esse contexto positivo resultou no crescimento do Ebitda ajustado, que ficou 25% acima das estimativas do JP Morgan e 20% acima do consenso do mercado.

Os estrategistas pontuam ainda que a CVC também obteve avanços em eficiência operacional, com uma queda de 30% nas despesas administrativas e de vendas (SG&A) em caixa e uma redução de 14% nas despesas recorrentes, o que resultou em um aumento da margem Ebitda ajustada para 3,2%, contra 0,5% no terceiro trimestre de 2023.

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Para os analistas, essa eficiência foi impulsionada pela redução nas provisões para inadimplência, que caíram 90% devido a melhores controles internos, e pela redução nos custos com cartões de crédito. No final, o lucro líquido ajustado da CVC foi de R$ 23 milhões, bem acima das expectativas do JP Morgan de -R$ 16 milhões.

Os analistas do banco dizem que esperam que o desempenho positivo da CVC continue a beneficiar o preço das ações, especialmente diante das medidas de controle de custos e da recuperação gradual em mercados-chave, como o Brasil.

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