Cury (CURY3) lucra R$ 94,1 mi no 1º tri, alta de 48,4%; construtora diz estar atenta a discussões sobre FGTS

Cury afirmou acompanhar de perto e participar de discussões sobre os desdobramentos sobre possíveis alterações na remuneração do FGTS, financiador do MCMV

Equipe InfoMoney

(Getty Images)
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A construtora voltada para imóveis populares Cury (CURY3) divulgou nesta terça-feira (9) seu resultado, registrando lucro líquido das atividades de R$ 94,1 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um avanço de 48,4% na base de comparação com o 1T22.

O percentual atribuível à Cury (parte Cury) do lucro líquido foi de R$ 91,8 milhões, sendo 48,3% maior em relação ao 1T22. A margem líquida consolidada foi de 15,8%, enquanto a margem líquida reportada no 4T22 foi de 16,8% e de 14,2% no 1T22.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 122,4 milhões no 1T23, um avanço anual de 51,9%. Já a receita líquida subiu 33% ano a ano, indo para R$ 595 milhões no 1T23.

Com isso, a margem Ebitda ajustada teve avanço de 2,6 pontos percentuais (p.p.), indo de 18% no 1T22 para 20,6% no 1T23.

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A empresa destacou seguir com a estratégia de desenvolver seus produtos nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, regiões que concentram grande parte da demanda do mercado imobiliário brasileiro. No primeiro trimestre do ano, aponta no release de resultados, se destacaram os empreendimentos Connect São Mateus (VGV, ou Valor Geral de Vendas, de R$ 124 milhões) e Energy Guarulhos (VGV R$ 177 milhões), em São Paulo; e o Epicentro (VGV R$ 378 milhões), no Rio de Janeiro, todos com mais de 80% das suas unidades vendidas.

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A companhia também tem estratégia de concentrar maior volume de lançamentos no primeiro semestre. “Pelo segundo ano consecutivo, observamos forte demanda dos segmentos em que focamos. Em abril, já realizamos 4 lançamentos, com grande destaque para o empreendimento Rio Branco 220, localizado em Niterói, com VGV de R$ 257 milhões e 711 unidades”, destacou, apontando que a velocidade de vendas tem se mostrado promissora, com mais de 45% terço das unidades comercializadas.

A Cury também afirmou ter acompanhado de perto e participado de discussões sobre os desdobramentos de eventuais alterações na remuneração do FGTS, que é o principal financiador do programa Minha Casa Minha Vida.

“O Fundo garante valores e taxas de juros subsidiadas na aquisição de imóveis econômicos, o que é imprescindível para que famílias de baixa renda tenham acesso a moradia digna”, explica.

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Em geral, o mix de produtos neste segmento é responsável por aproximadamente 70% das vendas da empresa.

“Dessa forma, entendemos que o Fundo contribui para a redução do déficit habitacional e temos defendido a manutenção de suas políticas habitacionais. Independente da definição final em relação ao assunto, contamos com décadas de experiência e estamos preparados para continuarmos atuando com flexibilidade e agilidade, enfrentando os desafios, novos e antigos do setor, por meio de eficiência e geração de resultados consistentes”, avalia.

Despesas e alavancagem

No 1T23, as despesas comerciais totalizaram R$ 62,0 milhões, montante 13,6% acima dos R$ 54,6 milhões verificados no 4T22. Na comparação com o 1T22 houve evolução de 39,6%.

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As despesas comerciais corresponderam a 10,4% da receita líquida no 1T23, ante 9,4% no 4T22, aumento de 1,0 p.p. e de 0,5 p.p. quando comparado aos 9,9% registrados no mesmo período do ano anterior. O aumento do percentual de despesas comerciais sobre a receita deve-se ao maior volume de lançamentos no 1T23, afirmou a empresa.

As despesas gerais e administrativas atingiram R$ 33,4 milhões no 1T23, o que representa aumento de 10,6% frente aos R$ 30,2 milhões do 4T22. Na comparação com o 1T22, houve acréscimo de 46,5%. Como percentual da receita líquida, no 1T23 tais despesas alcançaram 5,6%, acréscimo de 0,4 p.p. ante os 5,2% do 4T22 e de 0,5 p.p. em relação aos 5,1% no 1T22.

Com dívida bruta de R$ 474,5 milhões e posição de caixa e equivalentes de R$ 729,8 milhões, a companhia registrou saldo de caixa líquido positivo de R$ 255,3 milhões no 1T23, ante caixa líquido positivo de R$ 308,4 milhões no 4T22. Ao final do trimestre, 76% da dívida bruta da Cury tinha seu vencimento no longo prazo, a partir de 2024.